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“Criação das federações é uma manipulação para seguir com coligações”, afirma ex-juiz eleitoral

4 de junho de 2022

O prazo para que os partidos políticos definissem as suas federações encerrou nesta semana. Esta foi uma das novidades implementadas neste ano no pleito eleitoral. Para o ex-juiz eleitoral e advogado, José Luís Blaszak, a medida é vista como negativa e que não auxilia no processo.

“Sou contrário a esse instituto da federação, porque é uma manipulação, uma máscara em cima das coligações. Não muda praticamente nada do que eram as coligações proporcionais, que eram usadas antes dessa modificação, para a conjunção dos partidos para a disputa de cargos de vereadores, no caso de eleições municipais, e deputados estaduais, federais e distritais, nas eleições gerais. Então, na verdade, quiseram extinguir as coligações, mas criaram esse monstrengo chamado federação”, afirma o ex-juiz.

Para o profissional, a decisão pela criação das federações é baseada na manutenção das coligações. “Na verdade, tudo começa com a indignação dos eleitores com os puxadores de votos, como Enéas, Tiririca, que faziam muitos votos e que levavam candidatos que fizeram poucos votos. Como havia o entendimento que quem deveria ocupar as cadeiras eram os mais votados, se tirou a possibilidade de coligações. Muito bem, eles acabaram com a coligação, mas viram que os partidos nanicos iam morrer. Então, a pressão foi enorme para se criar formas para que esses partidos pudessem sobreviver. E, a partir disso, definiram pela criação das federações”, explica o profissional.

Até o dia 31 de maio, último dia para que a possibilidade fosse efetivada, três federações foram oficializadas, unindo os partidos PT, PCdoB e PV; o PSDB e o Cidadania; e o PSOL e a Rede. Conforme a legislação, estas siglas precisam ficar unidas pelos próximos quatro anos.

Confira a entrevista completa

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí