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Barreiras acústicas se consolidam como forma de evitar o barulho nas cidades

22 de julho de 2021

Conforme as cidades se tornam cada vez maiores, mais complexas e fragmentadas, o urbanismo tenta encontrar as soluções para os problemas que mais afetam a vida dos moradores dos centros urbanos. As barreiras acústicas têm se destacado como um recurso importante da engenharia para evitar a disseminação de ruídos intensos.

Um exemplo notório é a barreira acústica que a mineradora Kinross ergueu na mina de ouro operada pela empresa em Paracatu, cidade do noroeste de Minas Gerais. A medida tem os objetivos de impedir que os barulhos da mineração se propaguem por três bairros vizinhos ao Morro de Ouro, onde fica a mina, e aumentar a segurança no acesso à área operacional. No ambiente da mineração de minérios como ouro, são comuns as explosões controladas, que provocam sons intensos e repentinos.

A Kinross, que é canadense, investiu US$ 4,5 milhões na barreira, que consiste em uma estrutura de concreto, que se estende por 770 metros e chega a 15 metros de altura, o equivalente a um prédio de cinco andares. A face voltada para a mina é revestida com painéis metálicos perfurados e por lã mineral, materiais que garantem a capacidade da barreira de absorver os ruídos.

O projeto da Kinross inclui ainda um muro no limite da propriedade da mina, para garantir a segurança dos moradores vizinhos ao empreendimento – e também a implantação de vegetação intensa entre a barreira acústica e os muros das propriedades dos moradores, com espécies nativas da região.

Um exemplo bem mais comum de como as barreiras acústicas podem auxiliar a poupar os cidadãos de ruídos intensos é o trânsito das grandes cidades. Essa prática é muito comum nos EUA, na Europa e no Japão. Nesse caso, a barreira é erguida entre a via que gera o barulho (como uma avenida ou ferrovia) e as edificações ou áreas para pedestres que ficam na vizinhança.

A barreira, em muitos casos, precisa atuar tanto como um isolante – isolar o barulho em um espaço e evitar que ele chegue ao exterior – quanto como um elemento de absorção – para evitar a reflexão do som dentro do ambiente no qual o som está isolado.

Os materiais empregados em barreiras acústicas

Diversos tipos de materiais podem ser usados em barreiras acústicas, dependendo da necessidade em cada caso. O concreto, por exemplo, tem uma série de vantagens: é barato e resistente, tem boa durabilidade e exige pouca manutenção. O concreto armado executa a função de isolante. Se for necessário também absorver as ondas sonoras, é preciso acrescentar uma camada de concreto poroso.

Chapas metálicas, em contrapartida, precisam de uma manutenção bem mais cuidadosa, pois podem se deteriorar rapidamente. O metal executa a função de isolante. Para absorver os ruídos, a melhor opção é perfurar as chapas em um dos lados e preenchê-las com lã de aço ou lã de vidro.

Placas de vidro também são um ótimo isolante acústico. No entanto, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) permite apenas o uso de vidros de segurança. É preciso tomar cuidado para evitar que a reflexão da luz solar pelo vidro perturbe os motoristas. O policarbonato, esteticamente parecido com o vidro, se integra melhor com a paisagem, mas é mais caro.

Existem ainda as opções da madeira, que precisa ser resistente à umidade e à ação de pragas, e as barreiras naturais, feitas de vegetação – que têm a vantagem da sustentabilidade e da estética, mas possuem um poder muito pequeno de reduzir a passagem de ruído.

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