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Frentista de Porto Alegre que se defendeu de assédio ganha convite para evento de MMA

31 de maio de 2022

Marian Damásio, a frentista de Porto Alegre que viralizou se defendendo de um assédio no local onde trabalha, foi convidada por Wallid Ismail, criador do Jungle Fight, para participar do evento, que acontece em agosto, no Rio de Janeiro.

O convite foi confirmado pela assessoria do evento, criado em 2003 por Wallid, campeão brasileiro e mundial de jiu-jitsu. Ele também contribuiu para outros eventos internacionais, como UFC e Pride, antes de fundar seu próprio campeonato de MMA profissional.

No caso da frentista de Porto Alegre, a empresa procura um local para ela treinar antes de participar do evento. Embora tenha afirmado que sempre gostou de artes marciais, Marian afirma que nunca praticou nenhuma.

A situação aconteceu na semana passada, quando um homem a assedia enquanto entra na loja de conveniências. Em seguida, Marian o agride para se defender, afirmando que ficou com as mãos roxas e as unhas quebradas.

O boletim de ocorrência trata o caso como importunação sexual, com pena de 1 a 5 anos. Enquanto isso, a frentista não foi indiciada, por ter reação em legítima defesa.

Por conta disso, o caso viralizou na internet, chamando a atenção das autoridades e também de personalidades como Wallid Ismail, que a convidou para treinar em sua academia e lutar na edição do evento.

Sua participação ainda será confirmada, mas os organizadores confirmaram apoio para que a frentista de Porto Alegre participe como atleta amadora.

Convite para frentista de Porto Alegre torna campeonatos de MMA mais acessíveis

Após se popularizar na internet, Marian, a frentista de Porto Alegre, avistou algumas possibilidades de reconhecimento, inclusive para participar do maior evento de MMA profissional da América Latina.

Criado para trazer mais oportunidades para atletas iniciantes, o Jungle Fight pode ser o início de uma carreira.

No entanto, nem sempre isso foi acessível para mulheres. Durante anos a presença de lutadoras foi vetada no Ultimate Fighting Championship, e mesmo nomes mais populares já deixaram suas carreiras de lado pela falta de oponentes.

Apenas após Dana White, presidente do campeonato, ver as apresentações de Ronda Rousey no Strikeforce que ele deu o braço a torcer.

Foi por conta do sucesso da norte-americana que outras mulheres ganharam seus espaços em eventos com mais visibilidade do que no passado, além de incentivar atletas iniciantes ou que gostam do esporte, como Marian.

Apoio de grandes nomes também contribui para fortalecimento do MMA feminino

Além da criação de eventos que ofereçam espaço para lutadoras, amadoras e profissionais, o apoio de grandes nomes masculinos no cenário também é essencial para ampliar o acesso de lutadoras femininas no UFC. O campeão peso-médio Marvin Vettori, grande referência no MMA, se posiciona publicamente a favor da categoria feminina.

O atleta expressou seu suporte em um bate-papo com a Betway Insider, mas afirmou que ainda existem preconceitos no cenário.

“Acho que o MMA feminino cresceu muito. Quando você entra no top 3 de cada divisão, há lutadoras muito, muito fortes. Muito boas tecnicamente também. Você ouve um monte de coisas, do tipo ‘as mulheres não devem lutar’, mas as mulheres são loucas, e algumas sabem brigar de verdade”, comenta o atleta.

O profissional, que já presenciou inúmeras lutas com companheiros e outros nomes do cenário, afirma que o nível é igual ou superior.

“Eu estava lá no duelo entre a Joanna [Jedrzejczyk] e a Zhang Weili, e foi uma loucura, foi melhor do que muitas lutas masculinas. Então não podemos dizer que as mulheres não podem lutar, nada disso”, defende Vettori em conversa com a Betway, site de apostas no UFC.

Com o apoio de grandes nomes como Vettori, é possível ter ainda mais oportunidades disponíveis para novas lutadoras, mesmo que surjam em ocasiões adversas.