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Caso Milena: “estou destruído por dentro, mas sigo minha batalha”, diz pai

3 de junho de 2022

O caso que envolve a morte de Milena Eduarda Deckert Schreiber teve nova repercussão esta semana. O jovem de 19 anos, acusado de dopar e em consequência de um estupro matar a menina em 20 de setembro de 2020, em Capão Bonito, interior de Ijuí, foi apreendido pela Polícia Civil na quinta-feira. O pai de Milena, Cristiano Schreiber, o Chico, participou do programa Rádio Ligado, na manhã desta sexta-feira.

Chico critica as leis brasileiras devido ao fato do acusado, agora maior de idade, responder pelo crime como menor infrator. “Arrancaram seus sonhos. Há muitos direitos pro bandido. Chamam de menor infrator, mas pra mim é bandido. Que chance deram pra ela? Que chance deram pra minha filha?”, questiona.

Questionado sobre como está a vida a partir da morte de Milena, o pai disse estar destruído por dentro. “Se eu pudesse voltar no tempo, faria de tudo pra isso. Mas não consigo. Precisamos batalhar para que novas Milenas não sejam vítimas. Nossas leis precisam mudar.”, reitera.

Chico disse que a família encontra forças na fé e em amigos para continuar a viver, mas salienta as dificuldades. “Têm amigos que estão arrasados tanto quanto nós. Tenho outra filha em casa. Nos privamos de muita coisa. Minha outra filha está com 15 anos. Em uma feira que fomos, chegamos lá e ele (apreendido) estava lá. Fomos embora. Afinal, quem é o preso?”, pergunta.

Emocionado, o pai recorda que Milena é a primeira filha dele junto de Márcia Schreiber . “Estávamos há sete anos casados quando decidimos ter um bebê. Tivemos dificuldades financeiras e lutamos por ela. A Milena sempre foi uma líder na comunidade, seja na igreja ou na escola. Foi muito bem educada. Estava no 2º grau e sonhava em fazer a faculdade de agronomia e tocar nossa propriedade. Sempre nos ajudou na criação dos terneiros, na vida rural”, relembrou.

Para finalizar, Cristiano diz que “infelizmente nossa justiça tem muitos entraves e descobrimos da pior forma possível”. No dia do crime, ele recorda que pediu para Milena ter cuidado ao se deslocar para o almoço. “Inclusive levaram a aguinha delas pra tomar, mas alguém acabou dopando minha filha. Ela não tomava nem refrigerante. Esse crime foi premeditado. Não foi por acaso. Ninguém é dopado por acaso. Foi algo muito bem pensado”, concluiu.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí
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