Os problemas financeiros enfrentados pelo Hospital de Caridade de Ijuí (HCI) são de conhecimento público. A casa de saúde amarga uma dívida milionária que, com os juros, vai aumentando no decorrer do tempo. Nesta semana, durante a sessão da Câmara de Vereadores de segunda-feira (18), o presidente do hospital, dr. Douglas Uggeri, expôs a situação em uma espécie de pedido de socorro. Nesta quinta-feira (21), o médico foi ouvido no programa Rádio Ligado e explicou que a dívida está na casa dos R$ 152 milhões.
“A população pode se perguntar: mas o hospital não teve um lucro de R$ 1,5 milhão no último ano? Sim. Se olhar para o que a gente gasta e o que a gente recebe, o hospital está gastando menos e recebendo mais. O grande problema é que o hospital precisa lidar com o passado e a dívida antiga e os juros”, revelou.
Conforme Uggeri, todo mês o hospital paga R$ 1 milhão em juros e amortização da dívida que envolve compra de medicamentos, produtos e até mesmo empréstimos bancários . “Todo o ano o hospital sai negativo com menos R$ 12 milhões”, afirmou.
O presidente relatou que quando a diretoria assumiu, há 24 meses, o déficit estava em R$ 143 milhões. Ele afirmou que a dívida deveria ter aumentado para R$ 167 milhões, caso esta gestão não fizesse os pagamentos.
Pensando em soluções para melhorar a saúde financeira do hospital, o médico quer cada vez mais a busca pelo atendimento e oferecimento de serviços. “Estamos com uma defasagem grande pois arrancamos sempre no negativo. Nós não estamos buscando ajuda. Queremos oferecer serviço para todos os municípios da região porque através da venda de serviços a população será melhor atendida, os problemas de saúde serão solucionados e o HCI terá mais uma fonte de renda para se sustentar”, disse, relembrando ainda seu compromisso como gestor: melhorar o atendimento à população.
O presidente do HCI também avaliou que a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) não é reajustada há mais de 20 anos. “Quando ela foi reajustada o salário mínimo era de R$ 70 e os valores recebidos pelos hospitais não mudaram em nada”, lamentou.