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Tite e Cléber Xavier falam sobre a preparação para a Copa do Mundo e técnico do São Luiz é mencionado

16 de agosto de 2022

O técnico Tite, e o auxiliar, Cléber Xavier, da Seleção Brasileiro, atenderam a imprensa do Rio Grande do Sul na última segunda-feira(15). A Rádio Progresso de Ijuí foi representada pelo repórter Marcel Klein. Tite falou sobre a preparação para a Copa do Mundo do Catar, lista e citou o atual técnico do São Luiz, William Campos. Confira abaixo:

Marcel Klein: Tite, Cléber eu queria começar falando do que a gente mais espera que é a lista da Seleção para a Copa do Mundo, que eu acho que todo mundo espera. Todo mundo oferece nomes e como que estão nesse processo de escolha? A gente imagina que tem muitos nomes ainda para vocês escolherem. A gente passa também por um início de temporada na Europa. Esses jogadores que trocaram de clube, Richarlyson, Gabriel, Jesus, o Rafinha, eles têm um acompanhamento especial para saber como é que a adaptação nesses novos clubes, como está esse trabalho?

Tite: A gente tem acompanhado um número, colocar de 45 a 50 atletas, neste, ele está um acompanhamento, na medida que a gente tem a Copa do Mundo, estão preparo todo, que antecede. Eu digo assim que eu não. Eu não consigo conceber nenhuma pessoa de alto nível, que tenha chegado próximo a excelência que não gosta de vencer. Todo mundo fala que gosta de vencer, que é competitivo. Esse é uma maior chavão, mas a gente quer trazer um outro dado. A gente quer se preparar antes para vencer, esse o nosso mote. Agora, essa preparação e este acompanhamento desses grandes atletas, desse núcleo de 45, 50 que a gente tem nessa lista larga,

Cléber: A ideia básica é fazer com que o atleta, se sinta pertencente ao processo. Então, a gente nesse número de atletas que o Tite falou, a gente mantém as observações, jogos inteiros pela TV, indo assistir, a gente já começa, já foi recentemente a Europa agora volta novamente nesse período, agora recente, a gente estava acompanhando jogadores do Brasil nessas competições aí Nacional e Sul Americanas e tem uma relação de atletas e a gente se divide entre a comissão, os contatos com esses atletas para conversar, para fazer algum elogio, para mostrar alguma determinada ideia para que a gente possa manter esses contatos que as vezes são distantes, a gente convocou em junho, agora volta a convocar só em setembro. Então, a gente está tendo com eles essa relação e fazendo com que ele se sintam pertencentes, se esse é o mais importante para que a gente quando chega agora, em setembro, a convocação para os amistosos, a gente tenha a tranquilidade para escolher os 26 atletas.

Marcel Klein: Vocês citaram cerca de 45, 50 jogadores que é mais ou menos que foram convocados para as Eliminatórias, para o processo, pensando numa lista de amistosos, treinos, é possível que tenha algum nome que, daqui a pouco, se chamar a atenção de vocês, pode ser observado, ou a lista da Copa está nestes 50 e não se mexe?

Tite: O ciclo, agora que a gente fez por completo, ele deve ter em torno de 80 atletas que foram oportunizados. Diferentemente do ciclo anterior, que foi meio ciclo na verdade, e que nós tínhamos a necessidade de classificar a seleção brasileira para o Mundial, então, tinha uma margem de oportunidades muito baixo, agora, ela se ampliou com essa situação toda. Então a gente tem acompanhado sim, tem dado essas condições, e sabe que 98, 97 dias que é o tempo que falta, é muito tempo no futebol e que este aspecto técnico e individual, que o aspecto clínico é fundamental, que o aspecto físico é fundamental numa Copa que vão ser 28 dias, com os jogos de 3 em 3 dias.

Marcel Klein: Pensando na Copa do Mundo, entrando na competição. É uma Copa do Mundo diferente. Porque ela é no final da temporada brasileira, mas no meio da temporada europeia e a gente às vezes vê Copas do Mundo, em que jogadores chegam fisicamente esgotados, Vocês imaginam que a Copa, neste momento, ela vai ser de uma melhor qualidade técnica, como é que o Brasil pode aproveitar também esse momento da Copa do Mundo?

Tite: Eu ouvi uma entrevista de Ancelotti falando dos cuidados que os atletas que vão ter relação aos atletas no retorno do Mundial e achei bastante interessante, porque futebol se joga antes com a cabeça, futebol é mental, futebol antes das pressões, e ele fala da preocupação que ele vai ter em relação a isso. Nós vivenciamos isso quando terminava na Europa as suas competições, e agora vai pegar atletas, uma melhor condição em termos mentais, porque eles vão estar decidindo grandes não voltar com estresse com a obrigação, por vezes com a responsabilidade excessiva. A exigência da performance que o atleta de alto nível sofre. Nós pegando esses atletas, esses internacionais no meio da temporada, tanto no aspecto mental quanto do físico, vai ser melhor, diferentemente dos atletas brasileiros, porque aqui é a reta final da competição. A exigência máxima, tudo que pudesse ser colocados das grandes equipes vão ser colocadas, então, tem essa diferença desses dois momentos.

Cléber: Até por que para essa Copa a preparação reduz muito. Na copa passada foram vinte e oito dias. Agora, no nosso caso específico, 10 dias e no caso de algumas outras seleções que estreiam mais cedo, 7, 8 dias. Então é importante que eles cheguem nas suas melhores condições físicas e mentais, para que a Copa tenha um grande nível. Acredito que, por isso, por esse momento, desde os seus clubes na Europa e a maioria dos jogadores na Copa do Mundo atuam na Europa, a possibilidade do nível técnico aumentar nessa condição ela bem grande.

Marcel Klein: Aproveitando o gancho, a gente ouve muito que a intensidade do jogo na Europa é maior do que no Brasil. E entra também nessa questão que vocês comentaram que o jogador brasileiro vai estar mentalmente mais acostumado com a decisão, enquanto europeu ainda está no meio de temporada. O nível do futebol brasileiro, da intensidade, na visão de vocês, é positivo para um nível de Copa do Mundo, então, não há uma diferença tão grande entre o futebol europeu e o que joga aqui?

Tite: Eu tomo muito cuidado de falar de intensidade, porque é um termo que está muito em voga. Então toda hora a intensidade, a intensidade é um atributo físico. Antes disso, tem um atributo técnico que é um atributo mental da qualificação técnica individual do atleta em pensar a jogada e executar bem a jogada. Então esse para mim é a essência. Depois de ter um atributo físico que te dê velocidade, ela pode dar a intensidade atrelada à velocidade. Ela pode ser atrelada a intensidade ao contato físico, a força da tua equipe, mas ele não é a sua essência. A evolução dos processos físicos, elas citam de uma forma quase que Mundial para que haja um equilíbrio e essa é a grande evolução do esporte, nas compacta ações das equipes, o ato do ataca abrindo a tua equipe em cumprir, dando até a equipe, a equipe adversária vai compacta. Ela vai se fechar, então que tem essas duas situações e que elas são fundamentalmente de qualidade técnica, associada a parte física também. No nosso campeonato em relação aos demais, tem alguns aspectos importantes. Um deles é a qualidade do gramado. Não dá para botar intensidade, velocidade no gramado, onde for ruim. Vou ser mais específico. Não dá para pegar o Engenhão e jogar, e achar que pode sair jogando com o goleiro, hábito, os dois zagueiros que vai acontecer, daqui a pouco vai estar errando passe e vai tomar o gol. Dá para ser? No Beira-Rio. Dá para ser? Eu não sei como está o gramado do São Luiz de Ijuí, mas é seguramente o Willian Campos deve estar cuidando, porque eu sei que ele gosta do bom futebol, numa referência ao seu pai, Beto Campos, ou ao Paulinho com que eu tive a condição de jogar junto, ou ao Eduardo, que foi meu zagueiro no Caxias, e que eu sei que mora em Ijuí, que junto com ele foi o primeiro título, como zagueiro no Veranópolis. E é essa gratidão que eu tenho, seguramente, o gramado também é pré-condição básica para que haja qualidade, intensidade. Se não vai ter contato físico, espetáculo feito.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí