Desafiando a medicina que projetou 14 anos de vida, ijuiense Maurício Noll celebra 30 anos de superação

Em agosto desse ano a reportagem da Rádio Progresso contou a história do ijuiense Maurício Noll, que devido a um acidente doméstico que sofreu quando tinha dois anos, hoje se alimenta somente com líquido, principalmente com leite de caixinha. Para relembrar os fatos, Maurício caiu num pequeno degrau da casa onde vivia e bateu a nuca. No entanto, esse acontecimento mudou todo seu destino e também o de sua mãe, dona Rosane Noll, que dedica a vida aos cuidados do filho.
Desde o ocorrido, ele começou a apresentar sequelas, dificuldade pra engolir e pra se mover. Foi então que começaram as viagens até Porto Alegre, para descobrir, de fato, qual era o problema do bebê.

Já na primeira consulta, o susto: o médico disse que o tombo de Maurício havia afetado o sistema neurológico, a fala e a locomoção. E naquele momento contou a dona Rosane que seu filho não viveria além dos 14 anos. Mas, superando toda e qualquer expectativa, no último domingo (02), Maurício completou 30 anos, mais que o dobro da expectativa de vida que recebeu há 28 anos. E se depender da alegria e disposição, Maurício ainda vai ter muita vida pela frente.

Mas, a sobrevivência não é uma tarefa fácil. Depois do acidente, Mauricio nunca mais voltou a falar, e pode se alimentar apenas com líquidos. Iogurte, água, leite, e as vezes, caldinho de feijão. Esses são os alimentos que o mantém vivo. Dona Rosane, mãe de Maurício, é quem cuida do filho 24h por dia, por isso ela não pode trabalhar fora, o que dificulta ainda mais a situação financeira da família, já que na mesma casa, moram três pessoas, Maurício, Rosane e Mateus, o outro filho, também especial.

A única ajuda que a família recebe, é o BPC- Benefício de Prestação Continuada, ou seja, dois salários-mínimos por mês. Porém, com esse dinheiro, Rosane precisa fazer um verdadeiro milagre: pagar aluguel, água, luz, internet, comida e ainda comprar leite para o Maurício, que consome três litros por dia. Uma caixinha de leite por exemplo, é suficiente para, no máximo, três dias.
É nessa hora que a solidariedade faz toda diferença. Ações sociais para auxiliar a família foram realizadas ao longo do ano, inclusive pela Rádio Progresso. Após a publicação da matéria, há quase dois meses, dona Rosane recebeu a doação de centenas de caixas de leite, cestas básicas, e até auxílio em dinheiro. As doações, segundo ela, continuam sendo bem vindas. Quem quiser doar alimento ou leite pode entregar diretamente na residência da família, situada na Rua Habib Craidy, 317, bairro Mundstock, Ijuí.