A Secretaria da Saúde (SES) selecionou os municípios onde iniciará a aplicação de novas estratégias no combate à dengue e a outras arboviroses no Rio Grande do Sul. O assunto foi tratado ontem, 18, em reunião entre a pasta e representantes do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems/RS), da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e do Ministério da Saúde, com transmissão pelo canal da SES no Youtube para gestores das Coordenadorias Reginais de Saúde (CRSs) e municípios.
O Estado registrou em 2022, até o momento, 65.290 casos confirmados de dengue e 66 óbitos provocados pela doença, a maior incidência da série histórica desde 2011, quando começou o levantamento. De acordo com a secretária da Saúde, Arita Bergmann, o número de casos aumentou “assustadoramente”.
Do ano passado, período que havia registrado recorde de casos confirmados da doença, para este ano, verifica-se uma incidência 7,5 vezes maior. Dos 497 municípios gaúchos, foi constatada a presença do mosquito Aedes aegypti, causador da dengue, zika e chikungunya, em 453.
A diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Tani Ranieri, usou o mês de setembro, quando não costuma acontecer grande circulação da doença, para exemplificar a gravidade da situação. Em 2021, o Estado registrou quatro casos nesse mês; em 2022, foram 51. “Isso significa que a tendência é termos um grande pico no período do verão, por isso é tão importante tomarmos as medidas de prevenção antes do período de maior ocorrência da doença que, no Rio Grande do sul, ocorre a partir de janeiro”, explicou.
Novas tecnologias
Para qualificar as ações de controle e monitoramento do mosquito Aedes aegypti, a SES desenvolveu dois projetos que começam a ser implantados neste segundo semestre de 2022, em parceria com o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Ovitrampas são armadilhas que monitoram a presença do Aedes aegyti em determinadas regiões, que usa levedo de cerveja para atrair a fêmea do mosquito. Elas serão utilizadas para mapear as áreas de maior risco e intensificar demais ações de prevenção nessas áreas.
E a Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI-Aedes) trata-se da aplicação de inseticida com efeito residual dentro dos domicílios ou de locais que podem ser considerados estratégicos ou de maior risco, a fim de eliminar as formas aladas do mosquito. A estratégia é complementar às medidas de controle da proliferação do Aedes aegypti.
Municípios selecionados para receber Ovitrampas
Municípios selecionados para receber BRI-Aedes