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Conheça as propostas e ideias dos candidatos ao governo gaúcho ligadas ao agronegócio

27 de agosto de 2018

Sete candidatos ao governo do Estado participaram de um painel sobre o agronegócio no primeiro dia da Expointer, neste sábado (25). Eduardo Leite (PSDB), Jairo Jorge (PDT), José Ivo Sartori (MDB), Julio Flores (PSTU), Mateus Bandeira (Novo), Miguel Rossetto (PT) e Roberto Robaina (PSOL) marcaram presença no evento. Cada um respondeu a três questionamentos. A primeira questão encaminhada aos candidatos foi sobre a guerra fiscal entre os estados brasileiros que faz o Rio Grande do Sul perder competitividade e quais medidas para evitar isso. O segundo questionamento foi sobre a agricultura familiar. E a última rodada de perguntas foi feita por sorteio e cada candidato teve que responder sobre um tema diferente. Confira abaixo quais as propostas e ideias dos postulantes ao governo estadual para o setor do agronegócio.

Eduardo Leite (PSDB)
Sobre as guerras fiscais entre os estados, o ex-prefeito de Pelotas pede mais transparência em relação aos benefícios
fiscais praticados no país. Para aumentar a competitividade do Rio Grande do Sul, Leite defende a redução do custo dos produtores gaúchos, principalmente relacionado à logística. Segundo ele, é necessário investimentos em infraestrutura de 25 bilhões de reais em rodovias, 8 bilhões em ferrovias e mais 400 milhões em hidrovias. O candidato argumenta que parcerias com o setor privado seriam a solução para conseguir esses recursos. Além disso, ele pretende reduzir a burocracia. Sobre incentivo a agricultura familiar, Leite quer fortalecer a Emater e criar uma política de assistência técnica para os produtores aumentarem a produtividade e qualidade, incluindo apoio a novas culturas. O tucano ainda pretende dar apoio aos municípios em questão de infraestrutura, para fazer a pavimentação de estradas vicinais e expandir a oferta de internet no campo, como medida para evitar que o jovem deixe a zona rural. Sobre a crise do leite, o candidato quer levar energia trifásica aos produtores, para que eles possam ter equipamentos que auxiliem na produtividade. Por último, Leite foi questionado sobre as políticas para estimular a produção de arroz. O tucano admitiu a possibilidade de reduzir alíquotas, mas apenas de forma temporária.

Jairo Jorge (PDT)
O ex-prefeito de Canoas defende a criação de um pacto federativo para evitar as guerras fiscais entre os estados brasileiros, além de uma reforma tributária. Pra isso, Jairo quer retomar o protagonismo e a capacidade de liderança do Rio Grande do Sul, para buscar parceiros e união sobre o tema. O candidato lamentou as 20 mil famílias que deixaram de produzir leite, e criticou a passividade do governo a respeito disso. Quanto ao incentivo à agricultura familiar, Jairo propõe uma série de medidas, como um novo sistema de apoio, com auxílio da Fetag, estimular as cooperativas, fortalecer a Emater, investir em biotecnologia pra aumentar a produtividade, levar energia trifásica ao campo, criar um programa de irrigação e ampliar o crédito rural. O pedetista ainda pretende criar o projeto futuro no interior, com o objetivo de valorizar o empreendedorismo no campo e ampliar a oferta de internet, para manter o jovem no interior. Por último, Jairo foi perguntado sobre as dificuldades enfrentadas com a estiagem, principalmente no sul do Estado, e quais as políticas para a irrigação. O candidato ressaltou a importância da irrigação, que permite dobrar a produção de qualquer cultura e afirmou que o tema está ligado também a energia. Por isso, a proposta é fazer uma plano de expansão para levar energia e irrigação ao campo.

José Ivo Sartori (MDB)
A respeito das guerras fiscais, Sartori defende um pacto federativo e uma união entre os entes federativos. Sobre o apoio a agricultura familiar, o governador lembrou a ampliação do espaço na Expointer e rebateu as críticas sobre a burocracia no campo. Ele citou que licenças são liberadas em até 40 dias e disse que os agricultores familiares têm políticas de isenções fiscais. O candidato do MDB citou novos investimentos no Estado como em oliva e defende uma política de sucessão na agricultura e uma gestão sustentável. O governador José Ivo Sartori foi questionado por fim sobre segurança no campo. O candidato a reeleição citou a criação das 5 delegacias de combate ao abigeato e crimes rurais como avanços e defendeu um sistema de segurança integrado dos municípios. Sartori ainda cobrou uma política mais eficaz na fronteira por parte do governo federal.

Julio Flores (PSTU)
Ao ser questionado sobre as guerras fiscais que prejudicam o Estado, Flores criticou a lógica de benefícios fiscais às grandes empresas, que retiram 15 bilhões de reais dos cofres públicos. O candidato do PSTU quer abolir a Lei Kandir, sobre a política de exportações do governo federal, que não repassa recursos para os estados exportadores. Sobre agricultura familiar, Flores quer estimular a pequena propriedade, que é responsável por 70% dos alimentos. Ele defende uma reforma agrária, baseada na expropriação dos latifúndios, abolir a propriedade privada e criar fazendas coletivas. Para Julio Flores o último tema foi a greve dos caminhoneiros e quais medidas para evitar a dependência das rodovias na logística. O candidato elogiou a paralisação e defendeu a construção de hidrovias e uma rede ferroviária.

Mateus Bandeira (Novo)
Na questão sobre as guerras fiscais entre os estados, Bandeira criticou o Estado obeso, que leva a alta carga tributária. Ele defende uma mobilização e influência no congresso nacional para solucionar esse problema e criar soluções como reformas. O candidato do Novo quer reduzir a burocracia, facilitar a liberação de licenças e fortalecer o cooperativismo para ampliar o apoio a agricultura familiar. Ele ainda crítica a intervenção do governo com altos impostos, citando a produção de tabaco no Rio Grande do Sul. Segundo Bandeira, 71% de tributos incidem sobre o produto, causando o fechamento de 30 mil empregos e o aumento do contrabando de cigarros do Paraguai, cuja alíquota é de 17%. A pergunta final para Mateus Bandeira foi se ele manteria duas secretarias de governo ligadas a agricultura. O candidato do partido Novo, disse que não, unificaria as duas pastas e aproveitou para dizer que reduziria o número de secretarias para 10 ou 12. Sobre segurança no campo, Bandeira defendeu a mudança no estatuto de desarmamento, com o argumento de que o produtor rural deveria ter uma arma para se defender.

Miguel Rossetto (PT)
Ao responder sobre as guerras fiscais entre os estados, Miguel Rossetto quer proteger a economia e disse que o Estado precisa voltar a crescer. Ele defende redução de impostos, em alíquotas de 12% e 7% para 4%, na medida que esses recursos que deixem de ser arrecadados, sejam recuperados através de valores que o Rio Grande do Sul é credor, como na Lei Kandir, que poderia render 4 bilhões por ano para o Estado. Para ampliar o apoio a agricultura familiar, o candidato pretende fortalecer a distribuição de energia elétrica aos produtores e ampliar a oferta de educação no campo. A questão final sorteada para o petista foi sobre propostas para manter o Parque de Exposições Assis Brasil ativo o ano todo. Rossetto defendeu a utilização do espaço por mais atividades ligadas à agricultura e outros eventos. O candidato ainda propõe a recuperação da pesquisa na área do agronegócio e incentivo à produção de orgânicos no Estado.

Roberto Robaina (PSOL)
Robaina também defende o aumento de receita do Estado como solução para as guerras fiscais. As outras medidas são uma reforma tributária e a cobrança de recursos da Lei Kandir. O candidato ainda propõe a criação de um imposto nacional sobre as exportações. Sobre agricultura familiar, ele cita que as produções de arroz e feijão estão diminuindo e pretende implantar uma política de industrialização para o setor. A última questão para Robaina foi sobre a crise do leite, cujo setor sofreu a baixa de 20 mil famílias, que deixaram a produção em razão da perda de competitividade. O candidato lamentou as dificuldades e alertou que o Estado possa estar indo para um caminho de monocultura, focando apenas na produção de soja. Para melhorar a produção de leite e outras culturas, ele defende uma forte participação do Banrisul e da Emater e ampliação da oferta de crédito rural.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí