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Nova onda da pandemia quadruplica internações em leitos clínicos no RS desde o começo de novembro

5 de dezembro de 2022

Nos primeiros sinais de uma nova onda de covid-19 impulsionada por subvariantes do coronavírus, a média de pacientes internados em leitos clínicos disparou 323% no Rio Grande do Sul desde o começo do mês passado.

Em 1º de novembro, a média de doentes com diagnóstico confirmado em enfermarias, calculada com base nos sete dias anteriores, era de 81 pessoas contra um patamar de 343 observado neste domingo (4) nas estatísticas oficiais da Secretaria Estadual da Saúde (SES). Especialistas recomendam à população retomar cuidados como usar máscara em espaços fechados e completar o esquema vacinal.

Professora de Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e uma das referências estaduais no monitoramento da pandemia, Suzi Camey sustenta que já é possível falar em uma nova onda da doença.

Uma das principais razões para a retomada na circulação da Covid é a difusão de subvariantes como a BQ.1, originária da Ômicron e bastante transmissível, combinada à redução de precauções como o uso de máscara em locais fechados ou em pontos de aglomeração.

A quantidade de pacientes sob terapia intensiva também vem crescendo, mas em ritmo um pouco mais lento em comparação aos leitos de enfermaria (que recebem doentes menos graves). Isso pode ocorrer em razão da proteção oferecida pela vacina e porque há sempre um intervalo de tempo entre o crescimento na demanda por alas clínicas e na procura por setores para pacientes críticos em razão do curso natural da doença.

A média de ocupação calculada para sete dias nas UTIs gaúchas saltou de 26 doentes graves no começo do mês passado para 49 agora – um salto de quase 90% em pouco mais de um mês. Até o momento, esse impacto ainda não resultou em mudança significativa no nível de óbitos, que vinha oscilando entre uma média de duas a três vítimas diárias e, desde o final de novembro, está em quatro – esses dados são compilados pela data de notificação, o que também pode levar a uma maior demora para se perceber o impacto de taxas de contaminação e internação mais elevadas.

Média de pacientes internados em leitos clínicos (calculada para sete dias)

  • 1º/11 – 81
  • 15/11 – 102
  • 1º/12 – 265
  • 4/12 – 343

Média de pacientes internados em UTIs (em sete dias)

  • 1º/11 – 26
  • 15/11 – 24
  • 1º/12 – 45
  • 4/12 – 49

Média diária de óbitos por data de notificação (em sete dias)

  • 1º/11 – 2
  • 15/11 – 2
  • 1º/12 – 4
  • 4/12 – 4
Fonte: RPI; Zero Hora /SES/ Ministério da Saúde