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Jogos com mais contato e na neve: Ajuricabense Conrado fala sobre futebol na Polônia

22 de dezembro de 2022

O entrevistado desta quinta-feira no programa Rádio Ligado foi o ex-jogador do Grêmio, o ajuricabense Conrado Holz. Em uma conversa bastante descontraída, o atleta de 25 anos falou sobre suas experiências no futebol europeu, seus 10 anos no tricolor gaúcho e a saudade da família. O meio-campo atua há três anos no Lechia Gdansk, da Polônia, uma das maiores forças do futebol no país.

Conrado comentou sobre as particularidades do país. Com um calendário com menos jogos se comparado ao futebol brasileiro, o campeonato polonês contempla partidas realizadas com temperatura abaixo de 10 graus e, muitas vezes, com o campo coberto de neve. Nesta temporada, o time disputou a Liga Polonesa, a Copa da Polônia e a Liga Europa, onde a equipe foi eliminada. “Agora no inverno é complicado. Nós vamos fazer uma pré-temporada na Turquia por 20 dias. O frio impacta no treinamento, mas não deixamos as atividades de lado. Temos menos número de jogos. No máximo temos dois confrontos por semana”, relatou.

Sobre o futebol na Polônia, Conrado percebeu uma diferença enorme com o do Brasil. Lá, as partidas são mais agressivas, com mais contato físico e mais intensas. “Aqui é mais cadenciado”, destacou.

Por conta da Copa do Mundo, nesse ano as férias foram um pouco mais prolongadas do que o habitual, e o jogador pode aproveitar cerca de 20 dias para matar a saudade dos amigos, da família e da comida brasileira. “Eles não acreditam quando falo sobre a diversidade cultural que temos aqui na nossa região. A cultura muda bastante. No início foi difícil a adaptação. O mais complicado para mim é a comida. A culinária deles não é muito boa. Eu falo pra eles: vocês são bons em tudo, mas na culinária os brasileiros são muito melhores que vocês”, brincou o atleta que informou ainda que os pratos na Polônia possuem muita batata, repolho e a carne de gado não faz parte do cardápio, que geralmente é a base de peixe, porco e frango, não tendo a diversidade que o Brasil possui.

Conrado também recordou sobre a sua infância. Com 10 anos de idade, o meia foi encaminhado para o Grêmio pelo também ajuricabense Everaldo Camargo, o qual foi o principal o principal responsável pelo começo de sua carreira. Em Porto Alegre, o jovem ficou até os 20 anos de idade, conseguindo se profissionalizar. “Naquela época eu não tinha muita noção. Eu fui muito cedo. É uma etapa muito difícil. Você abre mão da tua infância, da tua amizade e da tua família para algo que você não tem noção que vai dar certo. Tem gente chegando a todo momento e você tem que provar que é o melhor”, comenta Conrado.

No começo, acompanhado do pai José Luis Holz, o atleta morou com mais outros jogadores da categoria de base do Grêmio, nas proximidades do antigo Estádio Olímpico. Ele conta que era uma rotatividade grande de atletas no apartamento porque muitos eram dispensados. “Era uma rodagem grande. Meu irmão Gabriel também morou conosco e esteve na base do Grêmio junto com muitos outros atletas da região”, destacou.

O futebol trouxe inúmeras amizades para Conrado. Ele citou o excelente convívio com o volante Matheus Henrique, hoje no Sassuolo da Itália. Devido a proximidade dos países, os dois se visitam frequentemente. O jogador também é amigo teve boa relação que se tornou em amizade com o meia Jean Pyerre (que se aposentou de forma repentina), do volante Darlan, hoje na Chapecoense, e do atacante Ferreirinha, que ainda está no Grêmio.

Conrado recebe sondagens de outros clubes. Seu contrato tem mais um ano e meio de duração. Em sua vinda para a região, ele participa de diversos amistosos e assiste jogos amadores. “É importante incentivar o esporte. Estive, por exemplo, na Copa Dunga. São sonhos que entram em capo e isso é muito bom”, concluiu.