A TEAmor- Associação dos Familiares, Amigos e Autistas de Ijuí, juntamente com o Sindicato dos Professores da Rede Pública Municipal de Ijuí (APMI) e Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (SSPMI) organiza uma ação para essa quarta-feira (22) em Ijuí. As mencionadas entidades chamam a comunidade para integrar a paralisação das escolas municipais e a concentração na Praça da República, às 15h30, para falar sobre a situação dos auxiliares, professores, familiares e crianças com deficiências, incluídas em sala de aula regular na Rede Municipal de Educação de Ijuí.
Segundo a coordenação da TEAMOR, o objetivo do movimento é chamar a atenção da sociedade e do poder público para atender uma demanda que não é de hoje. “Todo início de ano as famílias se desesperam pela falta de auxiliares em sala de aula para as crianças com deficiências, especialmente, autismo. Em uma pesquisa interna da TEAmor com seus associados de 35 respondentes, 70% estão sem acompanhamento de auxiliares” afirma Raquel Pinto, coordenadora da associação.
Em contato com a reportagem da Rádio Progresso, a coordenação afirmou que os professores e auxiliares estão sobrecarregados e precisam a complementação do quadro de servidores para atender a demanda. Uma das alternativas, segundo a TEAmor, seria a realização de concurso público para servidores efetivos.
De acordo com as entidades que organizam a movimentação da próxima quarta-feira, há um entendimento equivocado por parte da Secretaria Municipal de Educação quando emite um ofício circular afirmando que os auxiliares da educação especial são destinados somente para casos em que a criança precisa de auxílio para alimentação, higiene e locomoção, baseado em uma nota técnica de 2010. As mencionadas entidades lembram que hoje existe a Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, garantindo sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, e mencionam outras leis que estabelecem essa garantia.
Segundo Raquel Pinto, é preciso olhar para os professores em sala de aula que se veem na difícil tarefa de atender uma sala cheia, com três a quatro crianças incluídas e apenas um ou nenhum auxiliar. “Não é possível pensar que estagiários contratados provisoriamente a um baixo valor remuneratório vão dar conta dessa tarefa e muito menos criar vínculo com as crianças em tão pouco tempo e com tantas trocas. É preciso repensar e agir.” finaliza a coordenação da TEAMOR.
Além da paralisação da quarta-feira, as entidades também prometem lotar a Câmara de Vereadores no dia 29 de março quando ocorre Audiência Pública para tratar do tema.