As mais de 450 confirmações da dengue em Ijuí e a infestação do mosquito Aedes Aegipty provoca um colapso da saúde pública no município. O aumento significativo de pessoas que buscam por atendimentos faz com que o prefeito Andrei Cossetin e o secretário da Saúde, Márcio Strassburger, peçam um maior comprometimento da comunidade no combate à doença.
São diversas as ações realizadas pela Prefeitura como o retorno do Corujão da Saúde, que atende pacientes no período noturno. A Vigilância em Saúde fiscaliza e promove ações por toda a cidade. O período chegou a ser comparado com o pico de atendimentos do coronavírus.
“Estamos preocupados a um bom tempo. Estamos chegando ao patamar quando estivemos no pico do covid quando em consultas médicas tivemos 1,3 mil em um dia. Ontem foram 1,1 mil consultas.
É uma condição que o paciente procura o serviço e depois retorna. É uma doença que causa dor e desconforto e isso superlota o serviço. É um crescimento bastante alto. A taxa de positividade é de cerca de 40%”, destacou o secretário.
O prefeito informou que é necessário fazer um alerta pois as unidades de saúde, a UPA e os hospitais estão lotados. Neste sentido, um carro de som estará percorrendo as ruas do município a partir desta quinta-feira. Não adianta passarmos apenas o fumacê que mata até mesmo as abelhas. É necessário que cada um faça sua parte. O sistema está sobrecarregado. Além da UPA e do Corujão da Saúde estamos negociando serviços com o hospital. No entanto, só vamos segurar com a doença se acabarmos com os focos do mosquito. Há casas em que mais de 30 baldes foram encontrados, acumulando água parada”, lamentou.
Cossetin manifestou a dificuldade em contratar médicos. “Não temos médico pra tudo e nem estrutura física. Estamos tentando fazer uma parceria com o HCI para realizar mais atendimentos”, concluiu.
Reservatórios de água são os principais criadouros do mosquito
Conforme o secretário Márcio, uma das formas mais ágil de limitar esse avanço é cada um cuidar do seu pátio, evitar reservar água e eliminar os criadouros. De acordo com ele, ações da Vigilância em Saúde estão sendo realizadas em vários pontos da cidade.
“Hoje os trabalhos ocorrem no Burtet e amanhã no Herval e Ferroviário. Podemos ir hoje e virar um balde de água, por exemplo, mas se tiver um novo acúmulo, o mosquito vai voltar. A dengue é reflexo da nossa incapacidade como cidadãos”, revelou.
Segundo Márcio, a dengue possui uma variação cíclica. “Como estávamos desde 2016 sem um surto, era inevitável que isso iria acontecer em algum momento. Um diferencial que estamos percebendo é que nos outros anos fazíamos muito o recolhimento de lixo. No entanto, o que percebemos agora, é que uma das características mais fortes é o reservatório de água da chuva”, concluiu.