A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul vai se mobilizar novamente, visto importação de produtos do Mercosul, em especial, leite, alho, vinhos, trigo e carne. Ontem, ficou definido que haverá manifestação na ponte internacional, entre o município de Jaguarão, no território gaúcho, e Rio Branco, no Uruguai.
Segundo a Fetag, nos últimos meses houve várias reuniões com representantes do governo federal, secretários e lideranças políticas. Porém, em relação ao leite, pouco ou nada foi feito no tocante à grande quantidade do produto que entra no Rio Grande do Sul, especialmente oriundo da Argentina e Uruguai. Isso, reduz o preço do leite pago ao produtor gaúcho. A data do fechamento da ponte internacional em Jaguarão ainda vai ser definida.
A Fetag quer que o governo restrinja a importação de produtos do Mercosul, implante políticas de subsídios aos agricultores, ainda prorrogue dívidas dos produtores de leite. A 2ª vice-presidente da Fetag e integrante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ijuí, Elisete Hintz, ressalta neste mês ocorreu nova baixa no preço do leite pago ao produtor.
Ela destaca que é fundamental ter uma política que garanta o custo da produção, para que quando houver situação como a atual, com queda de preço aos agricultores, seja assegurado o custo do que for investido. Recentemente a Fetag e agricultores familiares bloquearam a travessia, entre Porto Xavier, no Rio Grande do Sul, e San Javier, na Argentina, também devido à crise no segmento leiteiro.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Augusto Pestana e integrante da comissão regional do leite da Fetag, Volnei Hasse, frisa que nesse mês o valor do litro do produto pago aos agricultores reduziu mais de 30 centavos na região. Com isso, a média é de 2 a 2 reais e 10 centavos. O problema é que esse é o custo de produção, ou seja, a maioria dos produtores está no empate. No entanto, muitos registram prejuízo, pois especialmente quem produz menos leite recebe entre 1 e 40 e 1 real e 50 centavos por litro.