Fetag quer medidas mais efetivas para melhorar crise leiteira que afeta produtores

A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul intensifica mobilização para que produtores de leite consigam melhorias em termos de rentabilidade. Ontem, mais de 800 agricultores participaram de protesto em Jaguarão, inclusive com fechamento da ponte internacional entre o território gaúcho e o Uruguai.

Em Brasília, uma comitiva da Fetag e da Confederação Nacional da Agricultura Familiar se reuniu com o governo federal. O presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, disse que até o final da tarde de ontem o governo não havia anunciado nenhuma medida concreta de apoio aos produtores de leite. A União apenas informou que avalia recursos financeiros para conceder subsídios aos agricultores, porém não divulgou qual o valor e nem quem vai ser beneficiado.

Durante entrevista nesta manhã na RPI, o presidente da Fetag ressaltou que foi protocolado na Câmara Federal projeto para retirar incentivos financeiros de empresas que importam leite. Uma das reclamações de entidades e produtores é quanto à importação do leite do Mercosul, especialmente da Argentina e Uruguai, o que derruba o preço para o agricultor gaúcho. Por isso, Carlos Joel da Silva defende barreiras para reduzir a entrada do alimento dos vizinhos países.

O presidente da Fetag considera importante o posicionamento do governo federal em aumentar alíquotas de produtos importados e aquisição de leite por parte da Conab, mas isso é paliativo, ou seja, o mais urgente se refere ao controle do acesso do leite do Mercosul. Carlos Joel ainda observou que a Fetag também luta pela melhoria nas áreas de trigo, vinho, alho e carne que, da mesma forma, ingressam do Mercosul e dificultam a produção gaúcha.