Uma pesquisa realizada pela Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul (SEAGRO) revelou que parte das propriedades do município de Eldorado do Sul estão com uma infestação “muito alta” de uma planta da espécie Senécio madagascariensis, popularmente conhecida como “maria-mole”. A planta é extremamente tóxica ao gado e é responsável, no Estado, pela morte de 30 mil a 42 mil cabeças por ano.
“Plantas do gênero Senecio são as mais importantes no Rio Grande do Sul sob o ponto de vista toxicológico, causando graves prejuízos à cadeia produtiva da bovinocultura”, confirmou o pesquisador Fernando Castilhos Karam, do Laboratório de Histopatologia do Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Saúde Animal Desidério Finamor.
“A letalidade é praticamente 100%”, disse Karam. Segundo a SEAGRO, por razões ambientais e características fenológicas, a planta é abundante e se tornou a maior causa de morte de bovinos no Estado, oscilando em algumas regiões com a tristeza parasitária bovina.
“A lotação animal maior que a oferta de pasto parece ser o principal fator que favorece a ingestão, o que é comum de ocorrer no outono/inverno, justamente quando a maioria das espécies está em crescimento e quando concentram maior teor tóxico”, detalhou o técnico.
A mesma pesquisa será executada no município de Guaíba (RS) em 2024. “O estudo pode ser extrapolado para outras unidades ou regiões, já que a planta ocorre em todo o Estado”, finaliza.
Recomendações para o controle da infestação
Para controlar a infestação de maria-mole, a SEAGRO recomenda as seguintes medidas:
Os pecuaristas que observarem a presença da maria-mole em suas pastagens devem procurar um médico veterinário para orientação sobre o controle da planta.