O cenário atual do Rio Grande do Sul ainda é de muitos desafios básicos a serem resolvidos quando o assunto é solo. Pensando nisso, o 8º Fórum Estadual Conservação do Solo e da Água, realizado na tarde de ontem, 5 de março, no auditório central da Expodireto, discutiu a importância do manejo adequado do solo para o aumento da produtividade.
No painel “Dinâmica da fertilidade em solos produtivos e resilientes”, o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Tales Tiecher, destacou alguns problemas no solo no Estado, como a acidez e o deficit de calcário.
De acordo com a sua apresentação, 40% das áreas do RS possuem problemas básicos e graves de fertilidade do solo, alta acidez e baixa produtividade e 73% das áreas possuem teor de fósforo abaixo do adequado. Para Tiecher, a peça chave é a análise de solo, apesar da pouca adesão que tem recebido pelos produtores, especialmente pelo custo elevado.
“Precisamos de uma força tarefa que envolve agentes de pesquisa e de extensão, inclusive de financiamento, porque a correção do solo tem um custo muito alto para fazer numa safra só. Além disso, temos que repensar como fomentar a utilização de corretivos e facilitar que o agricultor utilize e colha os benefícios, pois representa mais produto, mais produção sendo gerada no país, mais imposto e mais riqueza”, explica o professor.
Importância do acompanhamento técnico
Para alcançar uma maior produtividade, é fundamental atentar para a fitossanidade, os processos/máquinas, a genética e a fertilidade do solo. Esse foi um dos pontos abordados no painel “Manejo para altas produtividades”, apresentado pelo engenheiro agrônomo da Cotrijal Robinson Barboza, que contou com a participação do produtor rural associado da Cotrijal Markus Schmiedt.
Barboza também salientou que linhas de financiamento com juros acessíveis para o produtor rural são essenciais para a viabilidade do aumento da correção do solo e, consequentemente, da produtividade nas safras. Na sua apresentação, ele mostrou exemplos de análises de solo de produtores atendidos durante a consultoria técnica.
Um deles é o produtor rural Markus Schmiedt. Após 20 anos, o produtor destaca que, apesar do custo elevado e do longo período para a implantação, houve aumento de produtividade após a correção de solo e o acompanhamento técnico. “Se não tivéssemos esse aporte técnico nós estaríamos fazendo o que se fazia no tempo que precisava virar a terra toda, como há 20 anos. O importante é seguir a recomendação técnica. Sigam os seus agrônomos!”, aconselhou Schmiedt.