O governo federal vai destinar 250 milhões de reais para o setor de máquinas e implementos agrícolas, via Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Em recente encontro no Simers – Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul – o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse que o objetivo é fomentar a mecanização da agricultura familiar e evitar a importação da China de máquinas para atender a pequena agricultura.
A ideia é criar formas para estimular as empresas locais a desenvolverem produtos compatíveis com as necessidades dos agricultores de diferentes regiões do país e remodelar o acesso ao crédito para aquisição desses produtos. Para o presidente do Simers, Cláudio Bier, o anúncio do recurso é fundamental, tanto para as indústrias, que poderão fabricar mais máquinas e implementos, quando para os agricultores, que terão condições de melhorar a mecanização nas propriedades por meio do projeto Mais Alimentos.
Ontem, às 6 horas e 30 minutos, Cláudio Bier ampliou o tema durante entrevista no programa Progresso Rural da RPI. Ele ressaltou outro fato positivo, ou seja, juro reduzido nesse tipo de financiamento ou até a fundo perdido. Cláudio Bier comentou que as indústrias gaúchas de maquinários agrícolas já realizam transferência de tecnologia de grandes maquinários para veículos menores, com isso, a agricultura familiar também tem acesso a novidades tecnológicas.
Bier cita como exemplo a Imasa, indústria ijuiense de plantadeiras, que pode ser beneficiada com a medida. Quanto ao aumento de produção de máquinas agrícolas com o aporte de 250 milhões de reais do governo federal, o presidente do Simers entende que as indústrias gaúchas precisam analisar a demanda por parte do público. Cláudio Bier observa que o momento é de estabilidade no mercado de maquinários no Rio Grande do Sul, até porque nos últimos quatro anos houve boas vendas. Porém, a perspectiva de boa safra de soja anima o setor.
No Progresso Rural de ontem pela manhã, o presidente do Simers ainda abordou a importância de incentivos para a irrigação gaúcha, por exemplo, o Fundopem da Irrigação – Fundo Operação Empresa do Estado do Rio Grande do Sul. A incentiva prevê aquisição de insumos, sistemas de irrigação, máquinas e equipamentos agrícolas, bens e serviços de fornecedores estabelecidos no Rio Grande do Sul e que, preferencialmente, são produzidos por empresas do Estado, em troca de crédito fiscal presumido de ICMS destinado aos produtores rurais. Isso também pode movimentar o setor gaúcho de máquinas agrícolas. Abaixo, confira a entrevista com Cláudio Bier.