Não é de hoje que os produtores de leite sofrem com redução de preços recebidos pelo litro do produto vendido para indústrias ou cooperativas, alta de custos, com a consequente queda de lucratividade. Além disso, as últimas estiagens agravaram o problema.
Diante disso, entidades agrícolas reforçam pedidos para que o governo federal anuncie medidas mais efetivas de ajuda. Na semana que passou, houve audiências em Brasília. O vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul, Eugênio Zaneti, participou dessas agendas.
Segundo ele, existem quatro pontos principais de reivindicações. Uma das solicitações é de extensão de dívidas dos agricultores, visto financiamentos ou outras pendências. Frisou que é preciso que essa repactuação seja para todos os produtores de leite ou que a União ofereça bom desconto para quitação.
O vice-presidente da Fetag comentou que nesta semana o Conselho Monetário Nacional deverá oficializar as medidas reivindicadas. A mesma possibilidade foi dita, na última sexta-feira, pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, durante presença da comitiva federal no Rio Grande do Sul. Teixeira confirmou que nesta semana poderá sair repactuação de dívidas de produtores de leite.
Outra solicitação é que a União rediscuta com o Mercosul normativas, com a efetivação de uma cota de importação do leite. Isso porque, atualmente entra no Rio Grande do Sul muito leite, especialmente do Uruguai e Argentina, com menor valor financeiro o que derruba os preços do produto gaúcho.
Eugênio Zaneti observa que o pedido é para liberar importação somente do que o Brasil precisa. Ainda é reivindicado a criação do Instituto Nacional do Leite, integrado por órgãos públicos, universidades, entidades agrícolas, produtores e outros, para pensar a cadeia leiteira a médio e longo prazo. Por fim, há pressão para que seja implantado preço mínimo para o leite, ou seja, que o agricultor tenha valor certo para receber pela produção, caso ocorram reduções nos preços pagos por empresas.
Ontem, às 6 horas e 30 minutos, o vice-presidente da Fetag ampliou essa temática durante entrevista no programa Progresso Rural da RPI. Eugênio Zaneti ainda comentou que no momento, após certo aumento de preço no começo do ano, o valor pago ao produtor está estagnado, média de 2 a 2 reais e 10 centavos por litro. Porém, o custo é de 2 e 30. Por isso, ele frisa que o preço por litro de leite pago aos agricultores deveria estar em 2 reais e 50 centavos. O Progresso Rural vai ser reprisado, hoje, a partir das 22 horas, no programa Companhia da Noite. Abaixo, confira a entrevista com, Eugênio Zaneti.