Com a saída dos cubanos do programa Mais Médicos, cerca de 600 municípios brasileiros podem ficar sem nenhum médico da rede pública a partir do dia 25 de dezembro, segundo o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
De acordo com o presidente da entidade, Mauro Junqueira, nessas cidades há apenas médicos cubanos, que começam a deixar o programa federal em 25 de novembro – a data já constava de um comunicado do governo cubano a médicos que atuam no Paraná. Os últimos cubanos deverão deixar o país até o Natal.
Cuba enviava profissionais para atuar no Brasil desde 2013, quando o programa foi criado durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Pouco mais da metade dos atuais 16 mil participantes do Mais Médicos são de Cuba.Como medida emergencial para suprir as vagas que serão abertas, o Ministério da Saúde disse que lançara um edital nos próximos dias.
Na segunda-feira, 19, representantes do Conasems e do Ministério da Saúde vão se reunir para discutir detalhes do edital. Junqueira explica que o objetivo é tentar encurtar ao máximo os prazos de convocação dos novos médicos para preencher o quanto antes as vagas. Na avaliação dele, a situação nesses cerca de 600 municípios deverá ficar mais crítica em janeiro, quando os médicos cubanos já terão partido e os brasileiros ainda não estarão aptos a trabalhar.
Segundo ele, a situação se agrava porque atualmente já há cerca de 1.600 vagas dentro do programa não preenchidas.