As alterações implementadas no Proagro e no Proagro Mais, pelo governo federal, não foram bem aceitas pela Fetag – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul. O presidente da entidade, Carlos Joel da Silva, disse para a RPI que a Fetag e os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais foram surpreendidos com essas resoluções divulgadas na semana.
Segundo ele, atualmente o Proagro assegura o custeio de até 333 mil reais por ano, com safras de verão e inverno. Porém, o anúncio reduz para 270 mil reais. Carlos Joel da Silva vai explicar mais sobre alterações que devem entrar em vigor em primeiro de julho deste ano, junto com o novo plano safra, durante participação, neste domingo, às 6 horas e 30 minutos, no programa Progresso Rural da RPI. O presidente da Fetag frisa que a mobilização do Grito da Terra Brasil, dias 20 e 21 do próximo mês, em Brasília vai dar atenção especial a essa pauta, ou seja, tentar impedir perdas no Proagro.
Segundo a Fetag, os dados do Banco Central do Brasil indicam que, em 2023, foram realizadas cerca de 160.000 contratações do programa pelos agricultores, garantindo a proteção de mais de 2,5 milhões de hectares no Rio Grande do Sul.
Entre as culturas beneficiadas estão trigo, milho, aveia, soja, frutas e hortaliças em geral. O Proagro e o Proagro Mais são, portanto, os principais instrumentos de mitigação de riscos escolhidos pelos agricultores para proteger as suas lavouras. Além disso, nestes anos de estiagem, impediu o êxodo de milhares de famílias e fortaleceram a economia dos municípios gaúchos.
A Fetag ainda ressalta, que o discurso do governo está longe da prática. “Pois, um governo que discursa no sentido de querer erradicar a fome barateando os alimentos não deveria tomar atitudes insensatas sem antes estabelecer um diálogo com as categorias que serão afetadas”, detalha a entidade.
“A Fetag-RS não aceitará que o Proagro, ferramenta tão importante para a agricultura familiar seja reduzido a nada. É evidente que o intuito do governo é obrigar que agricultores busquem seguros privados, o que não nos serve”, conforme a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul.