Com objetivo de valorizar a produção e consumo do leite gaúcho, ainda melhoria de preço para o produtor do Rio Grande do Sul, o governo estadual assinou decreto, hoje à tarde, de estímulo ao produto local. Segundo o governador em exercício, Gabriel Souza, as indústrias de produtos lácteos só vão receber incentivos fiscais do Executivo gaúcho, caso não importem leite em pó de outros países.
Diante disso, a expectativa é que haja aumento de consumo do leite produzido por agricultores do Rio Grande do Sul e, com essa maior demanda, acréscimo de preço pago ao produtor gaúcho. Uma das finalidades é frear a importação de leite em pó do Mercosul, especialmente da Argentina e Uruguai. Aliás, essa compra de leite em pó dos vizinhos países é motivo de reclamação há tempos por entidades agrícolas e agricultores do Rio Grande do Sul, visto que entra no Estado com preço menor que o produto local.
Gabriel Souza espera que a medida adotada ontem pelo governo gaúcho sirva de inspiração para o governo federal rever os acordos bilaterais com países do Mercosul, a fim de ter ações mais efetivas de proteção ao produto nacional.
Nesta sexta-feira, às 8 horas e 45 minutos, o presidente do sistema Ocergs – Organização das Cooperativas do Rio Grande do Sul – Darci Hartmann – vai avaliar o decreto estipulado ontem pelo Executivo gaúcho durante entrevista na RPI.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ijuí, Carlos Karlinski, frisa que o movimento para frear a importação de leite em pó é reivindicação antiga da Fetag – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul – e do movimento sindical, por isso, considera o decreto a ser assinado nesta quinta-feira pelo Estado como fundamental. No entanto, entende que a medida surge de maneira tardia. Segundo Karlinski, muitos produtores de leite já abandonaram a produção pelo baixo preço recebido e altos custos e não voltam mais.