O Proagro, que presta auxílio a agricultores em caso de perdas em lavouras, passa por mudança. Segundo o extensionista da Emater, em Ijuí, Edewin Bernich, a partir de agora não vai mais ser necessário apresentar notas fiscais de compra de sementes, fertilizantes e defensivos agrícolas aos bancos no momento de comunicar prejuízo, seja por excesso de chuva, estiagem ou outras situações. Porém, essas notas precisam ser apresentadas aos peritos.
Além disso, a comprovação do plantio, seja de soja, trigo, milho, ou qualquer outra cultivar, passa a ser feita por sensoriamento remoto. De quatro em quatro dias, o satélite faz imagem das propriedades, o que identifica a data exata do cultivo. Diante disso, o produtor necessita anotar detalhadamente o dia em que plantar e a área. Não pode ser por período. Também passa a ser obrigatória a apresentação da análise física do solo ao perito.
O tema foi ampliado ontem, às 6 horas e 30 minutos, no programa Progresso Rural da RPI. Edewin Bernich ainda ressaltou que ocorre alteração na forma de indenização pelo Proagro, conforme três faixas de risco, o que leva em consideração a variedade da semente, tipo de solo e data de semeadura. Por exemplo, na soja, em caso de plantio com risco de perda de 20%, o valor do Proagro é de 95% do que resta para cobrir a operação de financiamento. Os outros 5% ficam por conta da dispensa de nota fiscal. Já em risco de 30% a indenização fica em 75% e risco de 40%, cobertura do Proagro de 50%. Abaixo, confira entrevista de Edewin Bernich:
O Progresso Rural de ontem pela manhã ainda vai ter participação do novo secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, Clair Kuhn. Ele abordou, por exemplo, os reflexos das recentes chuvas e enchentes, que deixaram muitos prejuízos no agronegócio do Estado.
Kuhn falou do trabalho que é feito pela própria pasta estadual, também por parte da Emater, Senar, Farsul e Fetag, a fim de determinar levantamento dessas perdas. Um dos focos das avaliações se refere aos 95 municípios que decretaram situação de calamidade pública, porém, também ocorrem análises em demais municípios atingidos pela mancha das enchentes.
Clair Kuhn frisou que o governo estadual vai anunciar um programa de recuperação de solos, que já estava em organização antes das chuvas. No entanto, com as enxurradas foi preciso aguardar para divulgação, pois atualmente transcorre o levantamento dos danos nas lavouras. Ele observa que é necessário investir em tecnologia para mais fertilidade de solo. Há possibilidade do Estado estabelecer parceria com um instituto internacional para ajudar na busca de dinheiro a fim de investir na recuperação de solo.
No Progresso Rural, às 6 e 30 de ontem, o secretário estadual da Agricultura também abordou demais estragos pelas chuvas, por exemplo, na mata ciliar, casas, galpões e outras estruturas, inclusive perda de animais. Clair Kuhn ainda falou sobre o projeto estadual de irrigação, até porque existe previsão de falta de chuva para os próximos meses no território gaúcho. Produtores podem procurar a Emater, cooperativas ou empresas agrícolas. O governo gaúcho ajuda o agricultor com 20% do valor a fundo perdido.
Abaixo, confira entrevista de Clair Kuhn: