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Rifas virtuais podem estar ligadas a associação criminosa e lavagem de dinheiro segundo coronel da BM de Ijuí

9 de agosto de 2024

Quem acessa com frequência as redes sociais provavelmente em algum momento já se deparou com rifas online, sorteando carros, celulares, dinheiro e afins. Essa ação se torna cada vez mais comum, e geralmente é realizada por pessoas que se dizem “influenciadores digitais” e que contam com um grande número de “seguidores”, motivando milhares de outras pessoas a participarem das rifas com a possibilidade de ganharem um prêmio valioso com um baixo investimento. Mas, o que muitos podem não se dar conta, é de que estão contribuindo com uma atividade ilegal, que pode estar ligada a associação criminosa e lavagem de dinheiro. A afirmação é do coronel do 29º batalhão da Brigada Militar de Ijuí, Gerson de Mello. Segundo ele, rifas como essas, para serem aceitas, precisam ter fins filantrópicos comprovados e autorização do Ministério da Fazenda.

“É preciso abrir os olhos de quem está comprando também. Essas rifas são classificadas como jogos de azar. Se não estão legalizadas, são identificadas como criminosas, e isso faz com que as pessoas que compram e compartilham esses conteúdos nas redes sociais, estejam contribuindo para uma prática ilegal” afirma o coronel.

Segundo ele, geralmente os influenciadores afirmam em suas redes sociais que as rifas são legais, mas não apresentam nenhuma comprovação, o que deveria ser feito aos próprios seguidores. “Eles precisam comprovar para os seguidores que estão legalizados. Por que não comprovam? Precisam provar que existe uma finalidade filantrópica, mostrar para onde está indo esse dinheiro. Nada pode ser feito debaixo dos panos” acrescenta o coronel.
Ele mencionou também que os órgãos de segurança tem conhecimento de influenciadores digitais de Ijuí que fazem esse tipo de ação, utilizando da imoralidade, de atos que fazem com que a própria polícia seja desvalorizada.

Nessa semana um fato chamou atenção de todo estado do RS, com a prisão de um casal de Canoas, ambos influenciadores digitais, que divulgavam nas redes sociais rifas no valor de 10 centavos para prêmios como casas, apartamentos, motos, dinheiro e carros de luxo. No entanto, de acordo com a investigação, os prêmios eram entregues, porém sempre para pessoas próximas aos influenciadores. Além disso, diz a polícia, uma lavagem de dinheiro era cometida pelo casal, que realizavam movimentações milionárias em suas contas. Esses valores eram misturados com outros obtidos por meio de empresas dos suspeitos, que prestavam serviços ou vendiam produtos paralelos.

Ouça abaixo a entrevista completa realizada nesta manhã com o coronel do 29º Batalhão da Brigada Militar de Ijuí, Gerson de Mello:

Fonte: RPI