Levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil aponta tendência de queda dos custos de produção para o agronegócio nacional no próximo ano. Os dados foram apresentados na semana que passou, resultado de visitas feitas em 125 municípios brasileiros. Na região de Ijuí, o município mais próximo visitado foi Carazinho.
Ontem, às 6 horas e 30 minutos, a assessora técnica da própria CNA, Larissa Mouro, ampliou o tema durante entrevista no programa Progresso Rural da RPI. Segundo ela, a análise indica redução de 4 a 5% nos custos da soja da safra 2025/2025, que está em plantio, em relação à safra passada. O que vai ditar o lucro dos agricultores vai ser o rendimento das comodities, especialmente soja e milho, pois o custo por hectare deverá se manter na projeção mencionada.
Além disso, Larissa Mouro observa que a perspectiva do preço da soja pago ao produtor não deverá mudar muito em relação à cotação atual, que na região de Ijuí está numa média de 127 reais a saca. Isso porque, a tendência é que os Estados Unidos colham safra recorde da oleaginosa nessa próxima etapa e que a Argentina recupere a produção de soja. Se confirmar essa previsão, haverá bastante estoque do produto em âmbito mundial, consequentemente, a cotação não tem tanto aumento.
O fertilizante, um dos principais itens utilizados para cultivo de grãos, até registra diminuição de preço, no entanto, a guerra entre Ucrânia e Rússia deixa dúvida sobre o valor do produto. De todo o fertilizante importado pelo Brasil, cerca de 23% é oriundo da Rússia.
No Progresso Rural de ontem pela manhã, a assessora técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil abordou a questão leiteira. Conforme Larissa Mouro, em âmbito mundial se percebe redução de cerca de 5% nas propriedades produtoras de leite, principalmente pelo fato dos pequenos produtores abandonarem esta área, visto queda de preço recebido por litro e custos altos. Com isso, ficam na ativa quem produz volumes maiores de leite, até porque podem barganhar melhor valor.
A tendência, de acordo com Larissa, é que parte dos agricultores que deixa o segmento leiteiro, ingresse na criação de gado de corte. A representante da CNA comenta que um dos fatores da valorização da pecuária de corte é o crescimento de abate de vacas, o que reduz a criação de bezerros, consequentemente, tem certa dificuldade de animais adultos para abater, dessa maneira, o preço do quilo da carne pago ao produtor aumenta.