Até por volta das 13 horas de hoje acontece o 11º Grito de Alerta, em São Luiz Gonzaga, iniciativa da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul. O movimento começou no início da manhã e tem caminhada por vias públicas, com passagem por agências bancárias, INSS, dentre outras instituições.
A RPI está presente na manifestação e ouviu diferentes lideranças ligadas à agricultura familiar. O presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, ressaltou que a pauta principal é ligada à estiagem, visto prejuízos na atual safra de verão, especialmente na soja, além de problemas acumulados por falta ou excesso de chuva dos últimos anos. Diante disso, entende que a principal solução para ajudar os agricultores endividados é a securitização, cujo projeto tramita no Congresso Nacional, e pede prorrogação de débitos rurais por 20 anos, com juros de 1 a 3%.
Aliás, Carlos Joel da Silva enfatizou que esse é um pleito da agricultura familiar, médio e grandes agricultores. A Fetag ainda quer extinção de recentes mudanças no Proagro, pois muitos produtores ficam impedidos de acessar o benefício, principalmente por sucessivas solicitações nas últimas safras. A pauta do Grito de Alerta também reivindica mais agilidade do INSS em atender questões da previdência rural, por exemplo, perícias médicas. O presidente da Fetag frisou que a falta de medidas concretas nos últmos anos por parte dos governos, também levou a atual realidade de acumulo de dívidas por produtores.
Quem também se manifestou na Progresso nesta manhã no Grito de Alerta foi o coordenador da Fetag da Macro Missões Fronteira Noroeste, Márcio Roberto Langer. Comentou que os agricultores acumulam muitas prorrogações de débitos e é preciso folego para negociar. Langer defendeu a criação de um fundo de catástrofe por parre do governo federal para ajudar produtores em casos de problemas climáticos, com a atual estiagem, ainda estabelecimento de uma política diferenciada para as regiões das Missões, Noroeste, Celeiro, Central e Grande Santa Rosa, visto que essa área é prejudicada constantemente por falta de chuva. Nesse contexto, acredita como fundamental a pesquisa de novas cultivares de grãos, com melhor adaptação ao solo local, dentre outras ações.
A tesoureira da Fetag e coordenadora da Fetag Regional de Ijuí, Elisete Hintz, por sua vez, observa que outro pedido do Grito de Alerta é a prorrogação das operações de crédito rural vinculadas ao Pronaf e Pronamp por 120 dias, a fim dar tempo para dialogar com a União e definir medidas mais concretas de auxílio, em virtude da estiagem. No entanto, Elisete Hintz ressalta que não é suficiente apenas postergar dívidas, mas o Rio Grande do Sul precisa ter olhar diferenciado do governo federal que é o detentor de políticas públicas. Da regional da Fetag de Ijuí, participam do Grito de Alerta em São Luiz Gonzaga em torno de 500 pessoas.