Manifestações acontecem no Rio Grande do Sul com objetivo de requisitar melhorias para produtores, especialmente a securitização, visto perdas agrícolas devido a problemas climáticas dos últimos anos. Em Porto Alegre, a Fetag – Federação dos Trabalhadores na Agricultura – começou mobilização hoje à tarde defronte às superintendências dos Ministérios da Agricultura e Desenvolvimento Agrário e do Incra.
Nesta quarta-feira, haverá prosseguimento dos protestos. Além da securitização, a Fetag pede a implementação do Desenrola Rural 2, para operações de crédito que venceram ou vão expirar vinculadas ao Pronaf e ao Pronamp com previsão de rebate e prorrogação. Também solicita liberação de recursos da linha especial do BNDES para atender os agricultores ligados as cooperativas e cerealistas, ainda alteração ou revogação de todas as resoluções que limitam e reduzem a cobertura do Proagro, impedem o enquadramento pelo CAR e inviabilizam a contratação do programa pelos agricultores.
A regional sindical da Fetag de Ijuí está presente na capital do Estado, dentre eles, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ijuí, Carlos Karlinski. Inclusive, Karlinski ressalta que em paralelo existe representação da Fetag em Brasília para negociar com o governo federal. Abaixo, confira áudio de Karlinski.
Confira pauta da Fetag:
Pauta:
1) Implementação do Desenrola Rural II para operações de crédito vencidas e vincendas vinculadas ao Pronaf e ao Pronamp com previsão de rebate e prorrogação;
2) Liberação de recursos da linha especial do BNDES para atender os agricultores ligados as cooperativas e cerealistas;
3) Prorrogação ou securitização das operações de crédito vinculadas ao Pronaf e ao Pronamp com prazo para liquidação de 20 anos com 2 anos de carência, com taxas de juros para o Pronaf de 4% e Pronamp 6%;
4) Alteração ou revogação de todas as resoluções que limitam e reduzem a cobertura do Proagro, impedem o enquadramento pelo CAR e inviabilizam a contratação do programa pelos agricultores.
PL Securitização aprovado na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária – CRA – do Senado Federal
A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária – CRA – do Senado Federal aprovou, nesta terça-feira, 20, o Projeto de Lei nº 320/2025, que propõe uma nova securitização das dívidas acumuladas dos produtores rurais. A proposta, de autoria do senador Luis Carlos Heinze – PP-RS -, segue agora para análise da Comissão de Assuntos Econômicos – CAE.
O senador Heinze celebrou o avanço. “Desde fevereiro, trabalho incansavelmente nessa pauta. O que conseguimos hoje é um pequeno passo, mas já representa um alento para milhares de produtores rurais. Ainda temos um longo caminho até a sanção da lei, por isso é fundamental manter a mobilização”, afirmou Heinze.
O parecer aprovado é de autoria do senador Hamilton Mourão – Republicanos-RS-, que incorporou uma emenda que amplia os benefícios da proposta para as empresas cerealistas.
O projeto 320/24 propõe a conversão das dívidas dos produtores em títulos lastreados pelo Tesouro Nacional, com limite total de até R$ 60 bilhões. A medida inclui operações de custeio, investimento e comercialização contratadas até 30 de junho de 2025. Cada produtor poderá renegociar até R$ 5 milhões, com carência de três anos e prazo de pagamento de até 20 anos.
O texto também prevê a criação de uma linha de crédito, com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES -, para recuperação de solo e investimentos em irrigação, com taxa de juros de até 5% ao ano.
Regras gerais
Prazo: até 20 anos, com 3 anos de carência.
Taxa de juros: 1% ao ano para beneficiários do PRONAF, 2% para o PRONAMP e 3% para demais produtores.
Limite de renegociação por CPF: R$ 5 milhões.
Bonificação para adimplentes: desconto de 30% sobre cada parcela paga dentro do vencimento, limitado a R$ 100 mil, e 15% sobre o valor que exceder esse limite.