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Presidente do Sindppen alerta para crise na Polícia Penal e destaca realidade preocupante em Ijuí

17 de junho de 2025

Em entrevista concedida à Rádio Progresso de Ijuí na manhã desta terça-feira, 17, o presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Rio Grande do Sul (Sindppen-RS), Cláudio Desbessel, alertou para a grave situação vivida pela categoria diante da ausência de regulamentação da Polícia Penal e do avanço de problemas de saúde mental entre os servidores.

Segundo Desbessel, a proposta de regulamentação apresentada pelo Governo Estadual há cerca de um mês foi considerada mal formulada e repleta de falhas. A minuta teria retirado direitos trabalhistas e não trouxe avanços institucionais. “O texto foi apresentado com erros ortográficos e inconstitucionalidades, e desde então não houve nova apresentação por parte do Governo, nem diálogo com a categoria”, afirmou.

Em relação à saúde dos servidores, os dados são preocupantes. Em 2024, mais de 570 policiais penais foram afastados por motivos psiquiátricos, o equivalente a cerca de 10% da categoria. Somente no ano passado, seis servidores cometeram suicídio. Neste ano o suicídio de um funcionário lotado em Ijuí foi registrado. 

A falta de assistência médica adequada tem forçado os profissionais a buscarem atendimento particular, muitas vezes já em situações de esgotamento. “Há 12 anos sem reposição salarial, os servidores convivem com perdas financeiras acumuladas e altos níveis de endividamento, o que agrava ainda mais a instabilidade emocional”, ressaltou o presidente.

A realidade local também foi destacada, sendo que na modulada de Ijuí, conforme Desbessel, cada módulo deveria operar com ao menos 12 servidores, mas atualmente funciona com apenas quatro. A superlotação é outro fator crítico: “Cada cela deveria abrigar dois presos, mas abriga de quatro a cinco. Isso dobra o número de detentos e reduz pela metade o efetivo, gerando sobrecarga nos trabalhadores”, relatou.

Ele ainda ressaltou que a média de vida nacional da categoria é de 52 anos, com 23% de inativos (aposentados e pensionistas), salientando que nenhuma outra categoria da segurança pública apresenta esses números.

O sindicato busca mobilizar a categoria e sensibilizar autoridades e sociedade. “Se não houver uma resposta adequada do governo, com projeto coerente e recomposição salarial, teremos que partir para uma paralisação do sistema penal”, alertou Desbessel. A expectativa agora é pela apresentação oficial do projeto por parte do governo estadual, ainda sem data definida.

Entrevista completa disponível no Facebook da Rádio Progresso de Ijuí.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí
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