Ajuricabense relata dificuldades enfrentadas por caminhoneiros retidos no Deserto do Atacama devido à nevasca

3 de julho de 2025

Mais de 200 caminhoneiros estão retidos em uma estrada na região de San Pedro de Atacama, no norte do Chile, após uma forte nevasca atingir a área nos últimos dias. Entre eles está o ajuricabense Cristiano Pizetta, que tenta retornar ao Brasil com o caminhão vazio.

Em entrevista para a Rádio Progresso de Ijuí, nesta quinta-feira, 03, Cristiano descreveu a situação como precária. Segundo ele, o acesso à água é restrito, sendo fornecida por um caminhão-pipa da prefeitura local. Para tomar banho, é necessário pagar. Os motoristas, vindos de países como Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina, utilizam a estrutura de um posto de combustíveis que dispõe de apenas um banheiro e percorrem cerca de 1 km até a cidade mais próxima para conseguir alimentos.

Outro grupo de motoristas aguarda em Calama, também no Chile, enquanto, segundo Cristiano, caminhoneiros vindos da Argentina continuam sendo autorizados a seguir viagem, mesmo com o bloqueio já conhecido na fronteira chilena. Ele aponta a falta de comunicação entre os países como uma das causas da situação.

A situação mais crítica, no entanto, está em Jama, cidade a aproximadamente 25 quilômetros de onde Cristiano se encontra. Localizada a 4.200 metros de altitude, Jama foi um dos primeiros pontos atingidos pela nevasca, e os caminhões ficaram congelados. Familiares de motoristas relatam dificuldades ainda maiores enfrentadas na localidade.

Apesar dos transtornos, os motoristas têm se ajudado para lidar com as temperaturas extremas que trazem calor durante o dia e frio intenso à noite. A previsão inicial é de que a estrada seja liberada até segunda-feira, 07, mas, com a melhora do clima, há expectativa de que isso ocorra antes. Cristiano destaca que a última nevasca com tamanha intensidade na região teria ocorrido há mais de duas décadas.