Na madrugada de quinta-feira, 24, o Hospital de Clínicas Ijuí (HCI) realizou com êxito o segundo transplante renal de 2025. O procedimento foi feito num homem, de 42 anos, natural de Coronel Bicaco, que enfrentava uma doença renal crônica e aguardava há cerca de seis meses por um rim compatível.
Durante aproximadamente um ano, o paciente percorreu, três vezes por semana, o trajeto de 1h20 até Ijuí — com transporte fornecido pelo município — para realizar sessões de hemodiálise. Agora, encontra-se internado na instituição, em processo de recuperação.
“Foi uma cirurgia tranquila, sem intercorrências e realizada em tempo hábil. O maior desafio, nesses casos, costuma ser a logística: o órgão é captado no município de origem — neste caso, Passo Fundo — e encaminhado a Porto Alegre, onde são feitos os testes de compatibilidade entre os possíveis receptores. Depois disso, o rim é enviado ao hospital onde será realizado o transplante. Felizmente, tudo correu conforme o esperado”, explica a nefrologista e responsável técnica pelo transplante, Dra. Helena Balbé.
O paciente teve tempo de espera considerado curto por ser classificado como “painel zero” — condição imunológica que favorece a compatibilidade com doadores, aumentando significativamente as chances de transplante e reduzindo os riscos de rejeição.
“Agora é vida nova. Fico muito satisfeito em saber que não precisarei mais viajar semanalmente para o tratamento. Estou me sentindo bem e agradeço a todos que tornaram esse procedimento possível”, relatou o paciente. Com o transplante renal, o paciente deixa de depender da terapia renal substitutiva, como a hemodiálise e a diálise peritoneal. “Costumamos dizer que esse tipo de tratamento é uma ponte para o transplante, quando o paciente apresenta condições clínicas adequadas”, destaca a nefrologista.
Dra. Helena também ressalta o impacto emocional e social do procedimento:
“É emocionante ver um paciente que, por tanto tempo, enfrentou uma rotina exaustiva de deslocamentos e sessões de hemodiálise, agora com uma nova perspectiva de vida. A gratidão do paciente não tem preço. E ver isso acontecer aqui, no HCI — um hospital do interior do Estado, com equipes altamente qualificadas e excelentes resultados — é ainda mais gratificante”, finaliza.
O transplante foi realizado por uma equipe multiprofissional composta pelos médicos vasculares Ana Lúcia Caetano, Vinicius Pires e Alencar Proença; os urologistas Gilnei Penno e Leonardo Bandeira; a nefrologista Maria Leocádia Padilha; e a anestesista Taís Tissot.