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Soja no RS: plantio acelera e desenvolvimento inicial é adequado

19 de novembro de 2025

A semeadura da soja avançou de forma consistente em todo o Rio Grande do Sul, favorecida por condições adequadas de umidade no solo e pela liberação gradual das áreas ocupadas por culturas de inverno. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quarta-feira (19/11), a área implantada com soja avançou de 28% para 43% do total projetado para esta safra, cujo cultivo está estimado em 6.742.236 hectares. Neste mesmo período de 2024, o índice de plantio da soja alcançava aproximadamente 50%. Em geral, a emergência das lavouras está uniforme, com bom estande de plantas e desenvolvimento inicial compatível ao estágio fenológico.

A limitação de crédito e as restrições financeiras ocorridas recentemente em algumas regiões atrasaram a definição de áreas efetivamente cultivadas. Arrendadores e arrendatários negociam ajustes nos valores de arrendamento, diante da expectativa de menor retorno por unidade de área na safra atual.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, a semeadura da soja avançou, impulsionada pela conclusão das colheitas de trigo, aveia e canola, que liberaram áreas. Em São Borja, cerca de 10 mil hectares foram implantados, e a expectativa total é de 105 mil hectares. Em São Gabriel, projeta-se redução superior a 10 mil hectares; renegociação de valores estão em andamento para manter agricultores nas áreas. Na Campanha, a retomada das chuvas favoreceu a germinação rápida das áreas implantadas e permitiu a continuidade dos trabalhos em solos mais leves. As áreas semeadas no final de outubro em condição de umidade abaixo da ideal apresentam falhas pontuais, mas os estandes finais são suficientes para a condução da lavoura.

Milho – A cultura do milho apresenta bom desempenho no RS, amparada por disponibilidade hídrica e insolação adequadas e por temperaturas noturnas amenas, fatores que têm favorecido o crescimento vegetativo e a evolução para estágios reprodutivos. A semeadura alcança 84%, avançando de forma gradual. As lavouras em desenvolvimento vegetativo (70%) exibem adequada densidade de plantas, arquitetura foliar uniforme e bom acúmulo de biomassa. Nas áreas em floração e pendoamento (21%), as condições de polinização estão favoráveis.

A sanidade das lavouras de milho está conservada, e as plantas evoluem dentro da normalidade. Nas regiões Noroeste e Médio Alto Uruguai, o equilíbrio entre a disponibilidade de radiação solar e a umidade do solo proporcionou excelente condição para os cultivos. Estima-se o cultivo de 785.030 hectares e produtividade de 7.370 kg/ha, segundo a Emater/RS-Ascar.

Milho silagem – O potencial produtivo das lavouras de milho silagem é considerado elevado. No Noroeste Colonial, os cultivos iniciaram a formação de espigas, com excelente desenvolvimento e previsão de bons rendimentos produtivos. No Médio Alto Uruguai, nas áreas destruídas pelo granizo, seguem os preparos para a ressemeadura dos cultivos. O plantio segue de forma escalonada, principalmente para minimizar os riscos com o fenômeno La Niña. Segundo a Emater/RS-Ascar, na Safra 2025/2026, a área de milho silagem alcançará 366.067 hectares e produtividade estimada é de 38.338 kg/ha.

Arroz – A semeadura do arroz no RS avança para sua etapa final e supera 90% de implantação, estando em finalização nas regiões Sul e Extremo Oeste e menos evoluída na região Central do Estado. Nas áreas implantadas, observa-se emergência uniforme e adequado estabelecimento inicial. As lavouras estão em fase vegetativa, com desenvolvimento compatível ao estádio. Em locais com histórico de drenagem limitada, algumas áreas estão temporariamente inacessíveis ao maquinário, o que restringe a conclusão da semeadura. A área a ser cultivada está estimada pelo Instituto Riograndense do Arroz (Irga) em 920.081 hectares. A produtividade está estimada pela Emater/RS-Ascar em 8.752 kg/ha.

Feijão 1ª safra – A área de plantio está estabilizada. Deve ocorrer um incremento significativo somente no começo de dezembro, quando tradicionalmente se realiza o plantio nos Campos de Cima da Serra. A maior parte das lavouras está na fase reprodutiva (florescimento, formação de vagens e enchimento de grãos), período mais sensível aos riscos meteorológicos. Apesar das chuvas no período, não há relatos de danos expressivos ou de infecção por antracnose. Contudo, devido à alta umidade ambiente e às temperaturas amenas, há incidência da doença na Região Sul. As adubações nitrogenadas de cobertura estão em fase de conclusão nas lavouras tardias. A área projetada de feijão 1ª safra pela Emater/RS-Ascar é de 26.096 hectares. A produtividade média está estimada em 1.779 kg/ha.

Culturas de inverno

Trigo – A colheita do trigo chega na fase final, alcançando 77% da área cultivada. Permanecem apenas talhões mais extensos situados em regiões de maior altitude no Nordeste do Estado e as lavouras implantadas no final da janela preferencial de semeadura. O desempenho produtivo apresenta forte variabilidade entre regiões e dentro das próprias unidades produtoras, como reflexo das expressivas diferenças de manejo e capacidade de investimento; da influência de eventuais episódios de chuvas excessivas, que ocasionaram a redução de peso hectolitro (PH); da maior incidência de germinação na espiga; e/ou de danos associados à permanência prolongada de umidade em grãos maduros. A Emater/RS-Ascar estima para o trigo uma produtividade de 3.261 kg/ha.

Aveia-branca – A colheita da aveia-branca está em finalização. Restam poucas áreas, localizadas na Campanha e nas zonas de maior altitude do Planalto, onde as semeaduras foram realizadas no final do período recomendado. A maturação e a secagem a campo evoluíram de maneira uniforme, favorecendo a operação mecanizada e garantindo grãos com padrões adequados de qualidade, especialmente quanto ao PH. Houve redução gradativa das produtividades ao longo do avanço da colheita, associada ao maior tempo de exposição dos cultivos semeados tardiamente, à elevada umidade atmosférica e à menor radiação incidente por diversos períodos. Ainda assim, projeta-se que o rendimento médio estadual se manterá satisfatório, com pouca incidência de grãos ardidos ou deterioração pós-maturação. A Emater/RS-Ascar estima uma produtividade de 2.445 kg/ha.

Canola – A colheita da canola está em finalização no Estado, restando apenas áreas pontuais em fase final de maturação ou dessecamento para uniformização da colheita. De modo geral, a produtividade situou-se em patamares médios, com expressiva variabilidade entre talhões, resultante das diferenças de manejo, distribuição de chuvas na fase de plantio e enchimento de grãos, além do escalonamento das datas de semeadura.

As lavouras de canola conduzidas com maior aporte tecnológico, especialmente aquelas implantadas dentro da janela preferencial, atingiram rendimentos elevados. Entretanto, em parte das áreas, a produtividade permaneceu abaixo das expectativas iniciais estabelecidas no início do ciclo, sobretudo onde houve diminuição da população de plantas pelo excesso de chuvas na época da semeadura. Ainda assim, a cultura reafirma potencial de expansão, com provável incremento de área observado nas principais regiões produtoras. A produtividade esperada pela Emater/RS-Ascar é de 1.645 kg/ha.

Cevada – A colheita chega a aproximados dois terços da área cultivada. As condições climáticas estáveis possibilitaram a intensificação da operação, assegurando a qualidade dos grãos e evitando perdas por umidade elevada ou deterioração em lavouras maduras. A produtividade está satisfatória, variando entre 3.300 kg/ha e 4.200 kg/ha, a depender do nível tecnológico adotado. Contudo, observa-se heterogeneidade na qualidade final do grão. Parte significativa da produção especialmente em áreas com excesso hídrico no período de enchimento de grãos apresenta germinação abaixo do padrão exigido pela indústria de malte, sendo direcionada para o mercado de ração animal. Esse fator, somado ao preço pago ao produtor, tem desestimulado a ampliação da área cultivada para a próxima safra, mantendo-se a tendência de estabilidade na área plantada. Para esta safra, a Emater/RS-Ascar estima uma produtividade de 3.458 kg/ha.

Pastagens e criações

As forrageiras perenes de verão apresentaram desempenho elevado no período, com brotação e oferta satisfatórias em áreas de Tifton 85 e Jiggs, que vêm sendo manejadas diretamente pelos rebanhos. As espécies anuais de verão seguem em implantação, avançando conforme as condições de solo e clima. No campo nativo, também houve rebrota apropriada para os lotes em pastejo.

Bovinocultura de corte – O estado nutricional e o escore corporal dos animais estão adequados, assim como a condição sanitária dos lotes, embora haja relatos pontuais de ectoparasitas, como carrapatos e mosca-dos-chifres. O entoure e as inseminações artificiais estão em andamento em diversas propriedades. A imunização para a prevenção de doenças reprodutivas foi reforçada em razão da chegada da estação de monta.

Bovinocultura de leite – Os animais em lactação, secos, novilhas e terneiras apresentaram estado nutricional e escore corporal adequados, como reflexo do manejo a pasto complementado com silagem, o que manteve a produção estável na maior parte das regiões. A qualidade do leite foi favorecida pelo tempo seco, que contribuiu para úberes mais limpos e para a manutenção da Contagem de Células Somáticas (CCS) e da Contagem Padrão em Placas (CPP) dentro dos padrões exigidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Ovinocultura – Houve disponibilidade suficiente de alimento para os rebanhos em função das temperaturas adequadas. Os preços estão em elevação. Além dos manejos típicos da estação, alguns criadores prepararam lotes para participação em feiras e em exposições regionais até o fim da primavera, visando tanto à comercialização quanto à divulgação de raças e cabanhas. Em algumas propriedades, intensificou-se o manejo alimentar dos cordeiros, considerando a demanda ampliada pelo mercado das festas de final de ano. De modo geral, os rebanhos apresentaram condições sanitárias e corporais apropriadas. Os principais cuidados do período incluíram o aparte dos cordeiros e a tosquia dos animais adultos.

Apicultura – As condições meteorológicas impulsionaram a atividade das abelhas. Houve entrada expressiva de néctar nas colmeias, aumentando a postura das rainhas e a população dos enxames. Os apicultores se concentraram nas práticas de manejo típicas do período ampliação de espaço nos ninhos e melgueiras, manutenção dos apiários, alimentação de apoio, monitoramento de predadores e implantação de caixas-iscas , além de realizarem divisões de enxames. A elevada incidência de enxames tem facilitado as capturas e, em algumas regiões, a colheita iniciou com indicativo positivo de produtividade.

Piscicultura – Avançam os ciclos produtivos, e continuam as alevinagens. Há estabilidade dos preços praticados na maioria das regiões administrativas da Emater/RS-Ascar. Na de Erechim, os peixes já superaram a fase inicial de alevinagem e crescem rapidamente. Na de Passo Fundo, ocorreram novas liberações de alevinos, e a qualidade das águas está satisfatória.

Pesca artesanal – Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Pelotas, o período de defeso segue vigente na Lagoa Mirim e, para o camarão, na Lagoa dos Patos. No município de Pelotas, iniciou o período de captura, com registro de pesca de tainha, corvina e jundiás.

Fonte: rs.gov.br
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