A cadeia produtiva do leite vive um dos momentos mais desafiadores dos últimos anos, e a mobilização das famílias agricultoras tem se intensificado em diversas regiões do Rio Grande do Sul. Nos dias 11 e 12 de novembro, atos públicos foram realizados em Teutônia e Casca; já nos dias 18 e 19 de novembro, as mobilizações ocorreram em Palmitinho e Santo Cristo, reunindo um público total que superou 1.500 pessoas.
Organizados pela FETAG-RS, Regionais Sindicais e Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, os atos reuniram produtores de leite, lideranças e autoridades locais para denunciar a crise que afeta diretamente as famílias que dependem da atividade. A queda no preço pago ao produtor, o aumento dos custos de produção e a concorrência desleal com produtos importados têm comprometido a renda e ameaçado a permanência de milhares de famílias no campo.
O vice-presidente da Federação, Eugênio Zanetti, reforça que a mobilização é um alerta claro da urgência vivida pelas famílias agricultoras. “A agricultura familiar está pedindo socorro. Os produtores trabalham todos os dias e, mesmo assim, não conseguem cobrir os custos. Os preços baixos do trigo, do arroz e, principalmente, do leite estão estrangulando a renda no campo. Essa realidade é insustentável. Vamos a Brasília levar essa denúncia e cobrar medidas concretas, porque as famílias não têm mais tempo para esperar”, destacou.
As deliberações dos atos públicos definiram que vereadores e prefeitos devem se mobilizar de forma imediata, dialogando com seus deputados e encaminhando moções de apoio à pauta apresentada pela FETAG-RS aos governos federal e estadual. Ficou claro, ainda, que caso essas demandas não sejam atendidas, os agricultores e pecuaristas defenderam a realização de novas mobilizações para garantir que suas reivindicações sejam acolhidas.
Além da crise no setor leiteiro, outro ponto de preocupação apontado pelas lideranças é a ausência de recursos do Governo Federal para a subvenção ao seguro rural. Com isso, agricultores e agricultoras passam a arcar integralmente com o valor do seguro, ampliando as dificuldades em um cenário já comprometido pela instabilidade climática e pelos altos custos de produção. Para a FETAG-RS, é inadmissível que, justamente em um momento tão crítico, os produtores tenham que assumir sozinhos um custo que deveria ser compartilhado com o Governo Federal, sobretudo porque o seguro rural é um instrumento essencial de proteção da renda e da atividade no campo.
Diante da urgência, o vice-presidente da FETAG-RS, Eugênio Zanetti, o deputado federal Heitor Schuch e o deputado estadual Elton Weber estarão em Brasília para uma série de agendas com o Governo Federal e órgãos ligados à agricultura. O objetivo é buscar apoio e defender medidas imediatas que garantam renda, valorização da produção nacional e instrumentos de proteção para os produtores de leite gaúchos. A Federação reforça que seguirá atuando, ao lado dos Sindicatos, até que soluções reais sejam apresentadas, pois essa luta é pela sobrevivência das famílias e pela continuidade de uma atividade essencial para o Estado.