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Chimarrão mais curto: gaúchos reduzem o tamanho da cuia para economizar com erva-mate

20 de novembro de 2025

Lembra do chimarrão topetudo, numa cuia grande, com bastante erva e água quente. Essa tradição gaúcha começa a passar por mudança. E não é por nenhum modernismo, mas sim, devido à questão econômica. É que o dinheiro cada vez mais curto no bolso da população se reflete, também, na hora de sorver a bebida mais tradicional do Rio Grande do Sul. 

Segundo o presidente do Sindimate – Sindicato da Indústria do Mate do Rio Grande do Sul – Álvaro Pompermayer, dos últimos anos para cá as pessoas reduziram o tamanho da cuia. Isso mesmo: ao invés de uma cuia grande, muitas vezes feitas artesanalmente com porongos nas propriedades, agora as cuias são menores para utilizar menos erva-mate, resultado da contenção de gastos por parte das pessoas.

No último domingo, 16, as 6 horas e 30 minutos, o presidente do Sindimate abordou essa temática durante entrevista no programa Progresso Rural da RPI. Ele observou que antes da pandemia Covid, portanto, até 2019, o consumo anual de erva-mate, por pessoa, era de 11 quilos e agora está em cerca de 9 quilos. Um dos principais fatores é a diminuição do tamanho da cuia, como foi informado, para economia de custos. Álvaro Pompermayer ainda frisa que a Covid mudou outro grande hábito dos gaúchos, o compartilhamento da cuia. (Abaixo, áudio de Álvaro)

A decisão de reduzir o compartilhamento da cuia se deve a uma das marcas da pandemia, quando era orientado que as pessoas evitassem uso coletivo de materiais para não haver transmissão do vírus da Covid. Álvaro Pompermayer, proprietário da ervateira Multimate, no município de Arvorezinha, entende que o preço da erva-mate, atualmente de 12 a 15 reais o quilo, não é caro se analisar o número de cuias de chimarrão que pode ser produzido com essa quantidade e o custo de produção. ( Abaixo, áudio de Álvaro)

Já o custo para produzir erva-mate depende da matéria-prima. Atualmente uma arroba de erva, ou seja, 15 quilos, vale de 14 a 16 reais, o que dá para fazer 4 quilos para o consumo do mate nosso de cada dia. Mas aí, a indústria também tem que colocar gasto com funcionários, lenha, energia elétrica, dentre outros.

No Progresso Rural, de domingo, o presidente do Sindimate RS ainda abordou a boa safra de erva mate desse ano, visto que os ervais gaúchos produziram grande quantidade de matéria-prima, e a queda de consumo. Como ânimo para os produtores, Álvaro Pompermayer destacou a venda para outros Estados e exportações para países como Uruguai, China, Estados Unidos, ainda países árabes e Europa, o que dá mais mercado e ajuda os agricultores. Também explicou a expansão da utilização de erva-mate, ou seja, não apenas para chimarrão ou chá, mas em energéticos, cerveja, chopp, aromatizantes e alimentos.

O Progresso Rural de domingo passado teve a primeira parte da entrevista com o presidente do Sindimate. A segunda e última parte da entrevista vai ser veiculada no Progresso Rural nesse próximo domingo, 23. 

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí
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