A criação do Bloco Sul do Leite, entre os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, deverá ser mais um espaço de debate e auxílio ao segmento leiteiro do Rio Grande do Sul, que novamente passa por crise, visto baixos preços pagos ao agricultor. A implantação do Bloco aconteceu na última quinta-feira, durante audiência pública na Universidade de Passo Fundo, que reuniu políticos, produtores e lideranças rurais.
A iniciativa do encontro foi do deputado estadual, Paparico Bacchi, do PL gaúcho. Estiveram presentes, também, o deputado estadual, Altair Silva, de Santa Catarina, e o deputado estadual, Luís Corti, do Paraná. Ambos já atuam com legislações para proteger o leite produzido nos Estados, em detrimento do produto importado.
O evento em Passo Fundo foi mais um momento para debater o baixo preço pago pelo litro de leite ao produtor, alto custo de produção, ainda entrada de leite em pó do Mercosul, com reidratação no território gaúcho, o que compete de forma desleal com o produto do Rio Grande do Sul. A produtora de leite no município de Chiapetta e primeira secretária do Sindicato Rural de Ijuí, Sula Viécili, participou do ato na UPF. Segundo ela, o Bloco Sul já tem o foco principal de atuação. (Abaixo, áudio de Sula).
Sula Viécili ainda frisou que a qualidade do leite que sai das propriedades é comprovada por testes e fiscalização, porém, quanto ao produto em pó que entra no Rio Grande do Sul de países como Argentina e Uruguai, existem dúvidas sobre as características nutricionais. Sula Viécili também destacou o lançamento de campanha para incentivar o consumo do leite.
Na audiência pública em Passo Fundo, quinta-feira passada, ainda foi solicitado que o preço mínimo do leite pago ao agricultor seja acrescido para 2 reais e 80 centavos o litro. Atualmente, muitos produtores ganham menos que 2 reais e o custo gira em torno de 2 reais e 30 centavos. Outro pedido é que o governo federal compre leite para repassar ao programa Bolsa Família, o que ajuda a baixar os estoques.