Mais de 2,5 mil pacientes aguardam por cirurgias eletivas nos 20 municípios atendidos pela 17ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS). O número, segundo o titular da pasta, Marco Atkinson, reflete a dificuldade das estruturas hospitalares locais em absorver toda a demanda. Em entrevista concedida nesta terça-feira, Atkinson detalhou as ações em andamento para reduzir essa fila crescente.
De acordo com ele, diversos programas estaduais e federais têm sido implementados para enfrentar o problema. Entre eles, citou iniciativas do Governo do Estado que oferecem algum nível de resolutividade, embora ainda insuficiente para impactar significativamente o total de pacientes à espera. Também mencionou o Programa Nacional de Redução de Filas, voltado ao incentivo de novos procedimentos pelo SUS. Uma das novidades, segundo o coordenador, é o SUS Gaúcho, que disponibilizou uma linha de crédito específica para cirurgias de joelho, uma das maiores demandas reprimidas da região.
Atkinson explicou que as cirurgias traumatológicas estão divididas entre média e alta complexidade. Na média complexidade, os atendimentos são realizados pelo Hospital de Caridade de Ijuí (HCI) e pelo Hospital de Crissiumal. Já os procedimentos de alta complexidade são referenciados ao município de Cruz Alta, que possui contrato com o SUS para esse tipo de atendimento.
Segundo ele, não é possível contratar todas as especialidades em todos os hospitais, o que torna necessária uma organização regionalizada, com estruturas de referência próximas aos municípios para facilitar o acesso dos pacientes.
Para ampliar a capacidade de atendimento em alta complexidade, o Hospital de Três de Maio está em fase de capacitação técnica e adequações estruturais para começar a realizar este tipo de cirurgia. A expectativa, conforme Atkinson, é de que o serviço seja disponibilizado no início do próximo ano, após a contratação de profissionais e ajustes físicos no hospital. O HCI também manifestou interesse em ampliar sua atuação e realizar cirurgias de alta complexidade. No momento, a instituição aguarda a formalização do credenciamento e a adequação das equipes profissionais.
Outro desafio destacado pelo coordenador é o impacto dos atendimentos de urgência e emergência sobre as cirurgias eletivas. Como casos de acidentes e outras situações graves têm prioridade, cirurgias de média complexidade acabam sendo constantemente adiadas. A coordenadoria estuda formas de separar esses fluxos para evitar prejuízo aos pacientes que aguardam há meses ou anos.