A Associação dos Credores, Amigos e Interessados no Soerguimento da Cotrijuí – Acaisc – vai realizar encontro, nesta sexta-feira, 22, às 14 horas, na Casa do Produtor do parque Wanderley Burmann de Ijuí. Haverá presença de lideranças políticas e assessoria jurídica da entidade.
O evento vai servir, por exemplo, para detalhar o trabalho da Acaisc que já encaminhou proposta ao Poder Judiciário ijuiense com sugestões para ajudar na recuperação financeira da cooperativa. O encontro de amanhã à tarde em Ijuí também quer reforçar o alerta de que se houver a liquidação judicial da Cotrijuí, os associados, ativos ou inativos da cooperativa, é que pagarão as dívidas e outras obrigações da Cotrijuí.
Hoje pela manhã, 21, estiveram na RPI os integrantes da Acaisc, Orlando Kronenberg, Adriano Wender, Marcos Noll, Édson Burmann e Fioravante Ballin. Além de solicitar que a comunidade participe, amanhã, da reunião no parque ijuiense, eles disseram que o objetivo da atual direção judicial da Cotrijuí é fazer a liquidação da cooperativa.
O grupo da Acaisc entende que a recuperação financeira da Cotrijuí é viável, com retomada integral do funcionamento. Os entrevistados também comentaram que agora é o momento dos associados da cooperativa participarem das discussões da Acaisc a fim de fortalecer o trabalho.
Contraponto
A reportagem da Progresso procurou a direção judicial da Cotrijuí, hoje pela manhã, após manifestações da Acaisc. O interventor judicial, Rafael Brizola, disse que não há nenhuma decisão por liquidação da cooperativa e quem define qualquer posição neste sentido é o Poder Judiciário.
Também comentou que a Cotrijuí está em liquidação extra-judicial por decisão dos associados há três anos, quando houve convocação de assembleia por parte da direção que tinha sido eleita pelos próprios sócios.
Como não deu resultado, sem pagamento aos credores da Cotrijuí e ainda pelo fato que a dívida aumentou, o Judiciário ijuiense decidiu afastar a diretoria e nomear a atual intervenção judicial. Além disso, Rafael Brizola, explicou que nunca foi dito que todos os associados vão arcar com as dívidas da Cotrijuí, caso haja liquidação.
Segundo ele, somente quem deve alguma coisa terá que pagar, ou seja, cada um assumirá responsabilidades conforme a negociação realizada. Rafael Brizola ainda comentou que está sendo feito terrorismo com os associados da Cotrijuí.
Leilão
A Cotrijui realizou leilão segunda-feira, 19, e ontem, 20. Todos os 234 lotes disponíveis foram vendidos. Entre eles, estavam automóveis, caminhões, motocicletas, além de sucatas de veículos, tratores, pneus, plantadeiras e demais equipamentos e maquinários que eram utilizados pela cooperativa.
A quantidade exata arrecadada ainda está sendo contabilizada pela empresa Bronzatto Leilões, mas estima-se que o valor total gire em torno de R$ 2.943 milhões. Oleilão de bens é parte do planejamento da direção judicial da Cotrijui em relação a recuperação financeira da cooperativa.
De acordo com o interventor judicial, Rafael Brizola, o valor arrecadado no leilão deverá ser utilizado para pagar a rescisão dos funcionários da Cotrijui, porém a decisão final cabe exclusivamente ao Juiz responsável pelo caso.