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UFSM têm orçamento para manter atividades somente até setembro, afirma Reitor

2 de maio de 2019

Em meio a cortes enfrentados há alguns anos pelas Universidades Públicas do País, o prosseguimento do ensino, pesquisa e extensão fica cada vez mais difícil e afeta a a região. “Estabelecemos como prazo para funcionamento da Instituição até setembro. A situação é muito séria, alarmante e preocupante”, afirmou o Reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Burmann, em entrevista à R.P.I.

A afirmação do reitor transcorre em meio à análise do anúncio feito na última terça-feira (30) pelo Ministro da Educação, Abraham Weintraub, de que todas as universidades federais do País sofrerão corte de 30% em seus orçamentos. O reitor considera a medida à falta de conhecimento dos governantes. “As nossas autoridades deveriam conhecer as universidades, a nossa realidade, o que representa uma universidade pública brasileira para milhares de famílias”, enfatiza o Reitor.

Outro ponto destacado por ele é o de que os cortes já vem sendo aplicado há alguns anos. “Nós fizemos e temos planos de cortes e enxugamentos em tudo que seja possível, e isso não é de hoje”. Outro destaque são as consequências caso ocorra o corte de 30%. “Desprezar a ciência e a educação é uma jogada de alto risco pro futuro do País. A UFSM corre o risco de ter uma redução acentuada em todos os setores, o que vai comprometer o processo de ensino, pesquisa e extensão”, afirmou.

A prioridade do governo Bolsonaro é a educação básica, a qual ensina ler, escrever e fazer conta – como afirmou o presidente através de sua conta do Twitter. Ainda na última terça-feira (30), o Ministro da Educação postou um comunicado, na tentativa de comparar e explicar as diferenças nos custos para manter um aluno de creche e um de universidade. “Um aluno numa graduação custa R$ 30 mil por ano e um aluno numa creche custa R$ 3 mil”, afirmou.

Segundo o Reitor da UFSM, o governo faz um ‘jogo complexo e difícil de entender’. “Eles fazem uma comparação do custo de um aluno creche (que é mantido pelos municípios), com o custo de um aluno universitário, usando números que não sabemos de onde saíram. Isso realmente demonstra que não há conhecimento sobre as Universidades brasileiras”, afirma Paulo Burmann.

O reitor conclui o depoimento na torcida de que o anuncio seja apenas um equívoco do governo. “A UFSM, no contexto da produção de ciência no Brasil ocupa a 11ª posição. 95% da ciência produzida no Brasil é oriunda das Universidades Públicas. Então o governo têm uma leitura equivocada e espero que seja um equívoco mesmo”, conclui o Reitor Paulo Burmann.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí