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A cada 10 registros de violência doméstica, 6 se reconciliam, afirma Coordenadoria da Mulher de Ijuí

13 de setembro de 2019

Dados divulgados ontem (12) pela RPI, apontam que, de janeiro à setembro de 2019, a Delegacia da Mulher de Ijuí registrou 965 ocorrências vinculadas à violência doméstica. Em entrevista à Rádio Progresso de Ijuí, a responsável pela Coordenadoria da Mulher de Ijuí, Noemi Huth, afirma que, de cada 10 casos registrados, em seis deles ocorre a reconciliação. Contudo, nem todos os casos são relacionados a marido e mulher. Há também o envolvimento de filhos e filhas em algumas situações.

“É muito complexo entender os motivos pelos quais a mulher se sujeita a reconciliação e há diversos fatores envolvidos. Por isso é preciso que a gente rompa com o ciclo da violência, através de um processo de formação que se inicia na família, na escola e na sociedade. Na Coordenadoria temos assistente social e psicóloga que dá todo o suporte necessários à vítima”, enfatiza a coordenadora.

O Delegado da Delegacia da Mulher de Ijuí, Ricardo Miron, destaca os números resgistrados somente este ano na delegacia:

Ameaça (275): A mulher pode representar ou não. Também pode ser deferida medida protetiva;

Lesão corporal (134): Neste caso independe da vontade da vítima representar ou não. No momento que registrar não pode mais dispor da representação e, se o exame comprovar a lesão, o inquérito é instaurado;

Perturbação da tranquilidade (78): É considerado uma contravenção. Casos, por exemplo, de quando ocorre uma separação e o homem continua perturbando a vítima.

Estupro (38): Casos tratados com total sigilo para preservar a integridade da vítima. Está incluso também o estupro de vulnerável.

O restante das ocorrências registradas são de diferentes tipos, como descumprimento de medida protetiva. De acordo com o Delegado Ricardo Miron, o índice de ocorrências registradas têm aumentado devido a consciência da mulher sobre seus direitos.

A Coordenadora Noemi também concorda que os índices vêm aumentando e que há muita relação com a coragem que as mulheres estão tendo de denunciar. “Cabe ressaltar que a mulher não precisa ser agredida fisicamente, pois a violência psicológica também é um caso bem grave”, concluiu a Coordenadora.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí