Foi condenado a 30 anos de prisão pelo Tribunal do Júri em São Pedro do Sul, nesta sexta-feira, 3 de outubro, um homem acusado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) por perseguir e matar a facadas sua companheira dentro de um mercado, após ela tentar se esconder no local. Também foi estipulado o pagamento de R$ 100 mil de indenização em favor dos filhos da vítima. O crime, ocorrido em setembro de 2024, foi registrado por câmeras de segurança.
Angélica Dias Moraes foi atingida por múltiplos golpes de faca em regiões vitais, como o tórax e o abdômen, e morreu no interior do estabelecimento comercial. A promotora de Justiça Tayse Bielecki Yamanaka, que atuou em plenário, sustentou a acusação de homicídio qualificado por motivo torpe, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio, em razão da condição de gênero e do contexto de violência doméstica. A Justiça determinou a execução imediata da pena.
O Ministério Público também apontou a reincidência do réu, que já tinha sido condenado por lesão corporal contra outra mulher e respondia por tentativa de homicídio. O crime foi motivado pelo sentimento de posse e desprezo à condição de mulher da vítima. Na época dos fatos, as imagens mostraram a vítima fugindo e depois sendo encurralada pelo agressor nos corredores do mercado, sem chances de defesa. A atuação do MPRS foi decisiva para a condenação, com base em provas técnicas, testemunhos e imagens que comprovaram a autoria e a brutalidade do crime. Durante o julgamento, o Conselho de Sentença reconheceu todas as qualificadoras apresentadas pela promotora.