Vivemos em um mundo cada vez mais conectado, mas basta uma falha como o apagão que atingiu Portugal, Espanha e o sul da França no dia 28 para expor nossa dependência das tecnologias digitais. Internet fora do ar, redes móveis inoperantes, hospitais com dificuldades, transportes parados — o caos se instalou em cidades como Lisboa, Madrid e Toulouse. E, no meio disso tudo, um meio tradicional mostrou novamente sua força: o rádio.
Mesmo com a queda de energia, emissoras seguiram no ar graças a geradores próprios e à sua estrutura independente. Em Portugal, a RTP e rádios locais ativaram coberturas especiais com boletins ao vivo. Na Espanha, a Cadena SER e a Radio Nacional de España também mantiveram a população informada. Enquanto redes sociais estavam fora ou cheias de boatos, o rádio trouxe clareza, segurança e orientação.
Um momento simbólico aconteceu nas ruas de Madrid: sem acesso a outras fontes, dezenas de pessoas se reuniram ao redor de uma mulher que ouvia, em um rádio de pilhas, as últimas atualizações sobre o blecaute. Esse gesto simples reforça o quanto o rádio é essencial em momentos de emergência.
O rádio não depende de internet, não exige telas ou aparelhos caros. Basta um equipamento básico, movido a pilhas ou energia solar, para continuar funcionando quando tudo falha. Além disso, sua agilidade na adaptação permite informar em tempo real com responsabilidade.
Não à toa, o parlamento europeu recentemente incluiu o rádio à pilha no Kit de Emergência.
Ter um rádio em casa, investir em transmissões de emergência e incluir o meio em planos de contingência são atitudes que fazem toda a diferença. O apagão de ontem deixou claro: num mundo digital, o rádio continua sendo um farol de confiança.
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