Progresso Rural: Apromilho acredita em manutenção da área de milho nesta safra no Rio Grande do Sul

Municípios da região Celeiro e próximos do rio Uruguai são os primeiros do Rio Grande do Sul a iniciar o plantio de milho da safra 2022/2023. O cultivo já acontece, por exemplo, nos municípios de Tenente Portela, Doutor Maurício Cardoso e Novo Machado. Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Milho do Rio Grande do Sul, Ricardo Meneghetti, a tendência é que essa nova safra mantenha a mesma área do período 2021/2022, ou seja, entre 740 e 750 mil hectares. Quanto ao rendimento, a expectativa é de produção média de 95 a 100 sacas por hectare em área de sequeiro, igualmente ao que foi registrado nos últimos anos, quando não houve estiagem.

Ele esclarece que a incerteza quanto ao clima, visto previsão de manutenção do fenômeno climático La Niña, que reduz as chuvas, prejudica a possibilidade de aumento de área. Meneghetti frisa que para ser auto suficiente na produção de milho, o Estado deveria plantar entre um milhão e 100 mil e um milhão e 200 mil hectares do cereal. Conforme Ricardo, as indústrias de aves e suínos necessitam de mais milho, em razão, por exemplo, da exportação de carne e ovos.

Outro fator que pode impedir crescimento de lavouras de milho é o investimento na soja, pois o mesmo produtor de milho também planta soja e, geralmente, decide pela área que está mais valorizada. Além disso, o custo das lavouras de milho continua alto e o cereal apresenta maior risco de prejuízos em razão do clima do que a oleaginosa.

Por outro lado, Ricardo Meneghetti entende que o preço do milho pago ao produtor vai se manter entre 80 e 82 reais a saca, como acontece no momento. Ontem pela manhã, 21, o presidente da Apromilho ampliou esses temas no programa Progresso Rural da RPI. Também abordou a necessidade de melhoria do seguro agrícola para o milho e superação de entraves da legislação ambiental para ampliar a irrigação no Rio Grande do Sul.

Uma das novidades no Estado é o cultivo de milho em áreas de arroz, por exemplo, em Pelotas, Cachoeira do Sul e São Borja, denominado plantio camaleão, o que possibilita a irrigação por inundação e não por aspersão. O Progresso Rural vai ser reprisado às 22 horas de hoje no programa Companhia da Noite da RPI.