Além das grandes perdas causadas pela estiagem na área agrícola, na atual safra de verão, outro problema que passa a ser enfrentado pelos produtores rurais se refere aos encaminhamentos para obtenção do Proagro ou seguro agrícola. A falta de chuva atinge todos os agricultores, com danos muitos severos na soja, milho, leite, dentre outros segmentos, o que vai resultar numa demanda muito grande por seguro.
Conforme informou para a RPI o presidente da Aprosoja do Rio Grande do Sul, Décio Teixeira, já acontece atraso nas vistorias em lavouras para organizar laudos de perdas. Ele alerta que os produtores adotem precaução, ou seja, peçam laudos para agrônomos e comuniquem os bancos sobre os prejuízos. Outra preocupação é referente para quem vendeu soja futura, ou seja, já comprometeu a produção da oleaginosa.
Décio Teixeira entende que nesse caso é preciso notificação às empresas e anexar laudos para evitar transtornos. Defendeu até mesmo que os produtores tenham testemunhas sobre as áreas agrícolas perdidas, visto a falta de chuva. Quem não tem seguro também deve informar os prejuízos para os bancos.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja do Rio Grande do Sul comentou que muitos agricultores querem dessecar as lavouras de soja que não produzirão nada ou muito pouco, para implantar as lavouras de inverno, porém, isso não é possível. “Vai ser uma verdadeira guerra”, frisou Décio Teixeira, referente ao seguro agrícola, pois ele acredita que cerca de 70% dos produtores requisitarão o auxílio.
O presidente da Aprosoja do Estado comentou sobre a baixa produção da soja, cultura que começa a ser colhida. Disse que existem áreas em que a avaliação indica 37 quilos de rendimento de soja por hectare, ou seja, menos do que a semente que foi investida para plantio. Outros números apontam 3,7 sacas por hectare, mas com impureza e muitos grãos estragados pela estiagem.
Décio Teixeira aproveitou para criticar a falta de anúncio de socorro aos agricultores, principalmente por conta do governo federal, que na opinião dele, está empurrando com a barriga o problema, ou seja, necessidade de prorrogação de financiamentos e outras medidas.