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Aumento de preços de produtos agrícolas na região tem ligação direta com guerra Rússia-Ucrânia

11 de março de 2022

Soja, trigo e milho registram aumento de preço para comercialização, com cotações históricas. Hoje, por exemplo, na região de Ijuí a soja é comercializada com valor médio de 204 reais a saca de 60 quilos. Já o preço do trigo é de 100 reais e 2 centavos e o milho, 93 reais.

Durante entrevista hoje pela manhã na RPI, o corretor de cereais, Índio Brasil disse que o acréscimo de preço do trigo e milho tem ligação direta com a guerra entre Rússia e Ucrânia. Referente ao trigo, juntos, os dois países respondem por 1/3 da exportação global do cereal. Com navios parados naqueles países, sanções à Rússia por ter invadido à Ucrânia, insegurança de quando vai terminar o conflito e a incerteza da infraestrutura ucraniana, visto os ataques russos, são fatores que influenciam nessa escalada das cotações das comodities.

Índio Brasil ressaltou que o conflito no Leste Europeu abriu a possibilidade do Rio Grande do Sul voltar a exportar trigo. Isso vale também para o milho, mesmo com a grande quebra na safra em razão da atual estiagem.

Quanto à soja, o corretor de cereais enfatizou que o aumento de preço está muito mais ligado à redução da safra na América Latina e a compra por parte da China. Porém, ele observou que a cotação da oleaginosa no Rio Grande do Sul está superior, por exemplo, ao Estado do Paraná e a soja ainda está numa transição entre o estoque antigo e esta nova safra que começa a ser colhida. Por isso, o valor ainda vai se ajustar e pelo resto deste ano a expectativa quanto à cotação ficará por conta de como vai se comportar a produção de soja dos Estados Unidos.

No que se refere ao trigo, Índio Brasil acredita que haverá moderação às sanções internacionais para a Rússia, pois o mundo não vai suportar as restrições, devido ao risco da elevação do preço em dólar e pela necessidade de garantir a segurança alimentar. Por outro lado, a importância dos russos na venda de petróleo e insumos para fertilizantes é outro aspecto a se considerar no contexto mundial. Aliás, no Brasil já existe preocupação de até quando o país vai suportar a falta de importação de insumos russos para produzir fertilizantes.

Fonte: Radio Progresso de Ijuí