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Brasil avança na saúde feminina: novo teste para HPV pode salvar vidas

18 de junho de 2024

A recente incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS) do teste de papilomavirus humano (HPV) baseado na detecção do DNA do vírus, por meio da tecnologia de PCR, conhecido como teste de genotipagem, tem sido comemorada em todo o Brasil como uma importante forma de prevenir e lidar com o câncer de colo de útero no país.

A doença é causada por infecções persistentes de determinados tipos do HPV e por condições imunológicas. No total, foram detectadas 21 mulheres com a doença, com média etária de 39,6 anos e 67% dos casos em estágio inicial, em comparação com 12 situações detectadas pelo rastreamento com papanicolau, com média etária bem superior, de 49,3 anos, e apenas um caso em estágio inicial.

Ou seja, o estudo mostrou que foi possível antecipar em dez anos o diagnóstico do câncer nas mulheres testadas pelo DNA-HPV. Muitas das que participaram do estudo deixaram de desenvolver o câncer de colo do útero. Isso porque, se o resultado do teste era positivo para os tipos 16 e 18 do vírus do HPV, que são responsáveis por 70% dos tumores, a mulher era encaminhada para outro exame, conhecido como colposcopia, a partir do qual, se havia alteração, era possível realizar um tratamento curativo e preventivo da lesão inicial.

Próximos passos Após a aprovação do inovador teste de DNA-HPV no SUS, que aconteceu em 8 de março deste ano, o Governo Federal tem o prazo de 180 dias para disponibilizar a tecnologia em todo o país, sendo que essa implantação será guiada pela Diretriz Nacional para o Rastreamento do Câncer de Colo de Útero, que está sendo desenvolvida pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA).

No entanto, ainda há a discussão acerca do tipo de teste que deverá ser usado: o de genotipagem estendida ou parcial. De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), os genótipos de HPV.

Atualmente, a genotipagem parcial segue diretrizes nacionais e internacionais, segregando os genótipos mais associados com lesões de gravidade, que são o 16 e 18, tornando a decisão médica mais simples e assertiva. Isso já pode ser comprovado em outros países, como Chile, Argentina, México e Austrália, que têm utilizado a genotipagem parcial como base de seus programas de testagem, garantindo a redução dos casos e do número de óbitos pela doença.

Assim, em um país com realidades tão diversas como o nosso, essa simplificação e o foco na genotipagem parcial no que mais tem potencial de virar câncer serão essenciais para garantir agilidade, eficiência e rápida detecção da doença. E isso significa ajudar a salvar mais vidas. Afinal, nenhuma mulher deveria morrer de câncer de colo do útero.

Fonte: RPI de Veja