Calendário diferenciado de plantio da soja por regiões deverá ajudar agricultores gaúchos em razão das chuvas

O Rio Grande do Sul possui três calendários para cultivo de soja, safra 2023/2024, que atendem especificidades de três regiões. No caso das regiões de Ijuí, Missões, Grande Santa Rosa, Celeiro e Alto Jacuí, o período recomendado para o plantio, segundo o zoneamento agrícola, começou dia primeiro deste mês e termina em 28 de janeiro do próximo ano, ou seja, 120 dias. Para as regiões dos Campos de Cima da Serra e Sul são 110 dias, também desde primeiro de outubro.

O presidente da Aprosoja do Rio Grande do Sul, Carlos Fauth, ressalta que para as regiões Noroeste e Norte, o período estipulado pelo Ministério da Agricultura atende a necessidade dos agricultores pois, por exemplo, possibilita também plantio do milho e, na sequência, cultivo da soja de segunda safra.

Ontem pela manhã, Carlos Fauth ampliou esses temas durante entrevista no programa Progresso Rural da RPI. Segundo ele, a perspectiva é que o Rio Grande do Sul tenha de 6 milhões e 500 mil hectares a 6 milhões e 600 mil hectares com soja, com pequeno aumento em relação à safra passada. Essa alta se deve ao acréscimo de área com a oleaginosa na região Sul.

Também devido ao fenômeno climático El Niño, que provoca mais chuva, Fauth projeta bom rendimento, com perspectiva que o Estado colha de 21 a 22 milhões de toneladas do produto, o que significa produtividade média de 60 sacas por hectare. Aliás, o presidente da Aprosoja, que também preside o Sindicato Rural de Passo Fundo, observa que os produtores gaúchos precisam de boa safra de soja, visto as frustrações dos últimos anos, quando as estiagens causaram grande quebra na oleaginosa. Além disso, as culturas de inverno de 2023 sofrem com problemas em razão do excesso de chuva e outros eventos metereológicos.

O custo da lavoura de soja reduziu um pouco, o que é importante, no entanto, o preço da saca de soja pago ao agricultor diminuiu num comparativo com ano passado. No Progresso Rural de ontem pela manhã, Carlos Fauth ainda avaliou a perspectiva de cotação da oleaginosa para o futuro. Ele entende que se o preço da saca ficar num mesmo patamar que o atual, cerca de 133 reais, já vai estar bom.

Em razão das constantes chuvas, o percentual de cultivo da soja ainda é baixo; diante disso, o presidente da Aprosoja no Estado alerta para que os agricultores aproveitem os períodos de estabilidade climática.

Diferente do Rio Grande do Sul as regiões Centro Oeste e do Matopiba, nesse último caso, Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, sofrem com a seca, ou seja, atraso no plantio da soja. O Progresso Rural vai ser reprisado hoje, às 22 horas, no programa Companhia da Noite da RPI. Abaixo, a entrevista com Carlos Fauth.