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Caso Bernardo: “Considerava o menino um estorvo”, diz delegada sobre Boldrini

20 de março de 2023

O novo julgamento de Leandro Boldrini, pai de Bernardo Uglione Boldrini, acusado pela morte do menino de 11 anos, em Três Passos, no ano de 2014, começa nesta segunda-feira (20). O crime abalou a comunidade do município de quase 24 mil habitantes, no Noroeste do Rio Grande do Sul.
O caso culminou com o julgamento de quatro réus em 2019. Leandro Boldrini, pai de Bernardo, foi condenado a 33 anos e oito meses de cadeia. Contudo, a sentença foi anulada pela Justiça, após o 1º Grupo Criminal do Tribunal de Justiça considerar que “houve quebra da paridade de armas” na conduta do promotor durante o interrogatório do réu no júri.
Boldrini segue preso preventivamente desde 2014. Ezequiel Vetoretti, advogado de defesa de Leandro, reafirma que o réu não tem participação na morte de Bernardo e que não há no processo provas de que ele tenha assassinado o filho. “Existe uma distância abismal entre não ser um bom pai, falhar como pai e organizar a morte do filho, querer a morte do filho”, diz o advogado. “Tenho a esperança de que o júri, soberano em sua essência, despido das lentes do prejulgamento, irá reestabelecer a justiça e absolver Leandro”, completa.
As condenações dos demais réus não foram alteradas pela Justiça. Graciele Ugulini, madrasta de Bernardo, foi condenada a 34 anos e 7 meses de reclusão; Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele, a 22 anos e 10 meses; e Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvania, a 9 anos e 6 meses. Edelvânia cumpre pena no regime semiaberto, enquanto Evandro obteve liberdade condicional.
Serão ouvidas 10 testemunhas. A acusação indicou cinco pessoas: as delegadas que atuaram no caso, uma psicóloga e uma vizinha que cuidava de Bernardo com frequência. Todas já foram ouvidas no julgamento realizado há quatro anos.
A defesa de Leandro solicitou que seis testemunhas sejam ouvidas: ex-funcionários do médico, que trabalharam com ele em casa, no hospital ou na clínica, e também um primo.
A ex-secretária de Boldrini, também já ouvida no júri anterior, foi requisitada pelas duas partes.
A delegada Caroline Bamberg, disse que havia um desamor enorme e que Boldrini só não entregou Bernardo para a avó “para não manchar a imagem dele na sociedade”. ‘Era um estorvo na vida deles. O Bernardo não se encaixava mais”, disse a delegada.
O júri prossegue e deve ter duração de três dias. A Rádio Progresso acompanha.

Fonte: G1
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