Na manhã desta quinta-feira (8), cerca de 10 cavalos foram vistos soltos na ERS-155, no bairro Quinze de Novembro, em Ijuí, causando preocupação em quem passou pelo local. A Rádio Progresso recebeu diversos relatos e imagens de ouvintes indignados com a situação.
Conforme moradores da região, o problema é recorrente. Além do risco de provocar acidentes de trânsito, os cavalos também circulam pelas propriedades rurais próximas, causando danos às lavouras.
O que dizem os órgãos públicos
No início de julho, a RPI publicou uma reportagem sobre o assunto. Na oportunidade, a tenente Andreia Pontes, da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) de Cruz Alta, responsável pela rodovia, disse que o procedimento adotado pela PRE em situações semelhantes é acionar o órgão do município para remoção do animal e tentar localizar o proprietário. O que, segundo ela, “é muito difícil, porque geralmente ninguém aparece”. Se o proprietário for identificado, será encaminhado para registro policial por descuido na cautela de animal.
A Vigilância Ambiental de Ijuí indica a Secretaria de Obras, Trânsito e Desenvolvimento Urbano como a responsável por casos deste gênero. Procurado pela emissora na ocasião, o secretário da pasta, Fábio Franzen, disse que em situações em que os animais estão em vias urbanas é feita remoção, porém, nas rodovias, a PRE deve ser acionada.
“Isso entra em duas secretarias. Nós tiramos o animal da via para evitar acidentes e não machucá-lo e, em um segundo momento, entra a Secretaria do Meio Ambiente, que busca pelo proprietário deste animal e às vezes o encontra e outras vezes não. Neste caso, o cavalo é encaminhado para a Escola Fazenda ou para o Parque de Exposições, onde fica no aguardo do dono”, relatou Franzen. O secretário completou dizendo que muitas vezes busca-se identificar o proprietário através de marcas no animal e que, “às vezes, os animais são encontrados até mesmo com a corda no pescoço”, ou seja, se desprendem de algum terreno e o proprietário, por estar trabalhando fora, não percebe, mas que a pasta tem essa preocupação de buscar pelo dono.
Para o secretário de Meio Ambiente, Yuri Pilissão, a pasta não tem jurisdição sobre os animais de grande porte soltos nas ruas. De acordo com ele, isso compete ao departamento responsável pela rodovia. Se tiver situação de maus tratos ou algo semelhante, a secretaria consegue auxiliar através do atendimento veterinário. Yuri salientou que a situação não é vista como um abandono, já que o cavalo sempre tem um dono, e que a questão é tratada pelo código de postura e por um fiscal de postura, que trabalha junto da Secretaria de Planejamento e Regulação Urbana.
“Hoje não tem um processo padrão. Quando acontece a secretaria atende com a médica veterinária. Em muitos casos já atendemos cavalos em situações de maus tratos e estamos iniciando um trabalho de microchipagem para identificação dos proprietários desses animais”, destacou Pilissão.