O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), vinculado à Secretaria Estadual da Saúde (SES), emitiu nesta terça-feira (1º/04) alerta epidemiológico conjunto sobre a circulação dos vírus e aumento de casos das duas arboviroses no Estado. O documento visa reforçar as medidas de vigilância epidemiológica nos serviços de saúde.
A dengue e a chikungunya têm em comum o mesmo vetor de transmissão: o Aedes aegypti. De acordo com o alerta foi confirmado um novo caso autóctone (sem histórico de viagem) de dengue do sorotipo 3 em Ijuí, na região missioneira. Um homem de 72 anos apresentou sintomas característicos da doença em 22 de março. O caso foi confirmado pelo Lacen em 27 de março.
O sorotipo 3 é uma das quatro categorias de dengue em circulação no Brasil. Os sintomas da dengue tipo 3 são iguais aos demais: febre alta, dor atrás dos olhos, dor no corpo, manchas avermelhadas na pele, coceira, náuseas e dores musculares e articulares. Já havia sido detectado o sorotipo 3 da dengue em um caso importado em Porto Alegre, e, posteriormente, em casos autóctones no município de Sapucaia do Sul. Agora, a detecção desse sorotipo em outra região crítica acende um alerta para a possibilidade de propagação ampliada do vírus no Estado.
Chikungunya
Já os casos de chikungunya foram identificados em Carazinho e Salvador das Missões. Até o momento foram confirmados três casos autóctones no município de Salvador das Missões, localizado na 12ª Coordenadoria Regional de Saúde. Os casos foram confirmados por exames laboratoriais (RT-PCR) no Lacen, sendo todos do sexo masculino, com idades entre 58 e 79 anos.
Em Carazinho, na 6ª Coordenadoria Regional de Saúde, desde o alerta emitido em 21 de março, os casos passaram de 31 para 56, com ampliação da distribuição espacial nos bairros do município. A chikungunya tem sintomas semelhantes aos da dengue, como febre alta e dores de cabeça, musculares, nas articulações e nas costas. Os sintomas agudos geralmente duram entre sete e catorze dias, mas uma característica da Chikungunya é sua fase pós-aguda, cujos sintomas podem durar até três meses e ainda uma fase crônica, em que as dores articulares podem durar por anos.
Tendo em vista a presença do Aedes aegypti e o aumento significativo dos casos confirmados das doenças, o alerta salienta a necessidade de intensificar a a sensibilização da rede assistencial para identificação de casos suspeitos, realizando imediatamente a notificação destes, bem como sua comunicação à vigilância epidemiológica e ambiental, para reforçar ações de controle vetorial, conforme protocolos vigentes.