A colheita do trigo no Rio Grande do Sul está em finalização, restando apenas 1% por colher nas áreas localizadas em altitudes elevadas do Planalto e dos Campos de Cima da Serra, onde o ciclo se alongou, em razão do maior período vegetativo. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (11/12), na região de Caxias do Sul a colheita do trigo avançou, em decorrência dos aproximados 20 dias sem precipitações, e atinge 80% da área cultivada. A produtividade média regional está elevada, próxima a 3.800 kg/ha, com PH geralmente acima de 80 kg/hl. As melhores lavouras alcançaram 6.000 kg/ha.
A área cultivada de trigo no Estado está estimada em 1.154.284 hectares. A produção deve alcançar 3.437.785 toneladas. A produtividade média final, estimada pela Emater/RS-Ascar, é de 3.012 kg/ha, valor semelhante à projeção inicial, realizada no período de semeadura (2.997 kg/ha), e inferior à estimativa intermediária de outubro (3.261 kg/ha), quando as lavouras apresentavam melhor potencial produtivo. A redução final se deve principalmente às chuvas ocorridas na transição de outubro para novembro, que coincidiram com o avanço da colheita em parte do Estado e provocaram perdas de massa e de qualidade dos grãos. Além disso, os efeitos da maior incidência de doenças fúngicas, especialmente giberela, que atingiu parte das espigas, reduziu o volume efetivamente colhido.
No Estado, houve diferenças significativas nas produtividades do trigo em decorrência das condições climáticas e dos níveis de investimento tecnológico, resultando em faixas distintas de rendimento.
As zonas de maior rendimento, situadas acima de 3.500 kg/ha, abrangem as regiões administrativas da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, Passo Fundo e Erechim, onde as características ambientais locais e o manejo com maior uso de insumos permitiram preservar o potencial produtivo.
Na faixa intermediária, entre 2.700 kg/ha e 3.300 kg/ha, estão as de Frederico Westphalen, Ijuí, Lajeado, Pelotas, Santa Maria, Santa Rosa e Soledade, que registraram produtividade satisfatória, mas maior variabilidade em função da interferência moderada das chuvas e do manejo fitossanitário.
Já a faixa de menor produtividade, abaixo de 2.500 kg/ha, incluí as regiões de Bagé e Porto Alegre, sendo a primeira mais afetada pela instabilidade climática, especialmente na Fronteira Oeste e a metropolitana, tradicionalmente por menores investimentos em insumos.