No mês de maio de 2022 o Hospital de Caridade de Ijuí atingiu o recorde histórico de internações, quando chegou aos cinco mil pacientes por dia. No primeiro semestre desse ano a ocupação na casa hospitalar já é 10% superior que em 2021. A informação é do diretor geral da instituição, Jeferson Machado Pereira.
Cerca de 20% das internações na casa hospitalar são provenientes de atendimentos na emergência, que chegou a registrar mais de dois mil pacientes/dia. Em Junho, segundo Jeferson, o HCI anunciou diversas vezes a superlotação, quando haviam mais de 20 pacientes internados na emergência, local que teoricamente não deveria ter internações, já que o espaço é dedicado a observação de pacientes.
Para regularizar a questão dos leitos e acabar com o problema de superlotação, o estado criou dois sistemas, o Gerint, que gerencia os leitos para internação, e o Gercon, que gerencia as consultas.
Sobre a população atendida, segundo Jeferson Pereira, por lei, o hospital deveria dedicar 60% dos atendimentos via SUS, no entanto, atualmente 77% dos pacientes são provenientes do Sistema Único de Saúde, com exceção de áreas como a quimioterapia, em que o número é superior aos 90%. Os demais atendimentos, ou seja, 23%, são provenientes de convênios. De acordo com o gestor, 48% da verba que custeia o HCI é resultado de convênios, valor que auxilia muito a casa de saúde diante da crise financeira.
Segundo o diretor-geral, a instituição já contabiliza uma década de prejuízos. “Hoje temos 152 milhões em dívidas e mesmo sem conseguir amortizar o montante, nos últimos cinco anos nós pagamos R$ 60 milhões de juros. Nessa hora, o que nos ajuda muito, são as emendas parlamentares. O cenário não é promissor, sabemos que a dívida vai continuar aumentando, mas nós vamos continuar trabalhando para manter a casa de saúde” afirma.
Somente o novo piso da enfermagem, quando implantado, vai causar impacto direto de R$ 18 milhões à instituição.